O homenageado desta semana em ((o))eco vem de uma extensa família de primatas, chamados Cebídeos, típica da América do Sul. Esta família de macacos, popularmente chamada de macacos-prego, se divide em dois gêneros: o Cebus, que possuem forma “grácil” e habitam o bioma Amazônico e o Sapajus, que são mais “robustos” e habitam as áreas de Floresta Atlântica, Cerrado e Caatinga. Como este domingo, 28 de abril, é o Dia da Caatinga, apresentamos uma espécie representante do gênero que vive neste bioma: o macaco-prego-do-peito-amarelo (Sapajus xanthosternos), espécie que se encontra “criticamente em perigo” de extinção.
Como todo bom macaco-prego, o S. xanthosternos (que também atende por macaco-prego, coité, piticau, macaco-preto, macaco-mirim, macaco-verdadeiro ou, simplesmente, macaco) porta o peculiar “topete” que garante ao gênero o apelido, bem como o corpo atarracado e a mandíbula robusta. No entanto, diferencia-se dos demais por apresentar coloração amarelada no peito e na parte anterior do braço e da cabeça.
Embora pouco se saiba sobre a ecologia e o comportamento do Sapajus xanthosternos na natureza, há comportamentos que podem ser inferidos do seu gênero (Sapajus) como, por exemplo, o uso de ferramentas: foi observado recentemente a utilização de pedras na quebra de cocos e outros alimentos mais duros nas espécies que habitam em ambientes mais savânicos e secos.
Outro comportamento curioso é o seu repertório de cortejo sexual. Na época de reprodução vale tudo: troca de olhares entre macho e fêmea, múltiplas montas, monta por parte da fêmea no macho e exibições pós-copulatórias. A surpresa aqui é que são as fêmeas que tomam a iniciativa na época do cio, partindo em busca do macho alfa que, a princípio, é relutante às investidas delas. Quando bem-sucedidas, têm uma única cria, cujo período de gestação é de cerca de seis meses e ao nascer pesam cerca de 260 gramas.
Os macaco-pregos Sapajus adultos pesam entre 1,1 kg e 3,3 kg, e possuem uma anatomia adaptada à durofagia, isto é, ao consumo de alimentos duros, como coquinhos e nozes. Esta capacidade lhes confere maior adaptabilidade às variações na disponibilidade e qualidade dos alimentos que compõe sua dieta: na maior parte de frutas que, quando escassas, são substituídas sem problemas por sementes, flores, e se em ambientes mais antropizados, plantações. Por serem ecléticos na escolha de alimentos, podem viver em ambientes mais hostis a outros cebídeos, como o Cerrado e a Caatinga.
De acordo com a IUCN e o ICMBio, o S. xanthoternos está “criticamente em perigo”, hoje limitado à pequenas áreas protegidas de unidades de conservação em Minas Gerais e Bahia. No bioma Caatinga, a espécie está restrita a serras e morros, onde há formações florestais ou matas mais úmidas de vales e encostas. A provável causa desta baixa densidade populacional é a caça, tanto para a alimentação quanto para a manutenção de animais de estimação, mas não pode ser descartada a perda de habitat.
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