Notícias

Pica-pau-dourado-escuro: o primo brasileiro

Neste animal da semana, ((o))eco lança o holofote sobre um pica-pau que não é tão conhecido quanto aquele dos desenhos de sábado pela manhã.

Redação ((o))eco ·
5 de abril de 2013 · 12 anos atrás

No Pantanal, um Piculus chrysochloros subespécie chrysochloros , uma das nove conhecidas. Foto: Cláudio Timm/Flickr.
No Pantanal, um Piculus chrysochloros subespécie chrysochloros , uma das nove conhecidas. Foto: Cláudio Timm/Flickr.

Conta a lenda que o cartunista e produtor Walter Lantz teve a ideia para o seu famoso personagem Pica-Pau (Woody Woodpecker, no original) durante sua lua-de-mel, quando um barulhento pica-pau Dryocopus pileatus bicava incessantemente no telhado de seu quarto. Walter pensou em atirar na ave, mas sua esposa Grace sugeriu que, ao invés disso, o cartunista a usasse como inspiração e fizesse dele um personagem de desenho animado. O resto é história.

O desenho animado popularizou a ave, mas é incapaz de mostrar a variedade de espécies de pica-pau. Ao Sul do Equador, a família picidae é extensa e inclui, dentre tantos, o pica-pau-dourado-escuro (Piculus chrysochloros), nosso homenageado da semana.

Com o personagem animado só guarda semelhança a plumagem vermelha da cabeça, para os machos. As fêmeas, dependendo da subespécie, podem apresentar cabeça verde-oliva (tal qual o dorso) ou amarela. O corpo, seja ele macho ou fêmea, apresenta coloração verde-olivácea no dorso, e amarela barrada em marrom-oliva no ventre.

O p. chrysochloros faz seu ninho em cavidades de árvores, podendo ser encontrado em florestas úmidas, no cerrado e na caatinga, biomas que fornecem os cupins e larvas de casca de árvore, que fazem parte da sua dieta. Para esta tarefa, o pica-pau-dourado-escuro apresenta uma extensa língua, serrilhada e bastante adaptada aos hábitos sondadores.

Atualmente, o complexo piculus chrysochloros engloba nove subespécies de difícil distinção: p. c. aurosus, p. c. xanthochlorus, p. c. chrysochloros, p. c. paraensis, p. c. capistratus, p. c. guianensis, p. c. laemostictus, p. c. hypochryseus e o p. c. polyzonus. Com tantas subespécies e extensa área de ocorrência, a IUCN classifica a espécie como “Pouco Preocupante”, mesmo com queda populacional nos últimos anos.

No Brasil, a subespécie piculus chrysochloros polyzonus, o pica-pau-dourado-escuro-do-sudeste, endêmico das matas de baixada do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, é considerada pela ICMBio como “Vulnerável” em razão da perda/degradação do seu habitat, a Mata Atlântica. E, como não são conhecidos registros recentes para o estado do Rio de Janeiro, a ave pode estar extinta.

 

 

 

 

 

 

Leia também

Podcast
18 de novembro de 2024

Entrando no Clima#37- Brasil é escolhido como mediador nas negociações

Os olhos do mundo estão voltados para o Brasil, que realiza a reunião final do G20 na segunda e terça-feira (18 e 19), mas isso não ofuscou sua importância na COP29. O país foi escolhido pela presidência da Cúpula do Clima para ajudar a destravar as agendas que têm sido discutidas na capital do Azerbaijão,

Notícias
18 de novembro de 2024

G20: ativistas pressionam por taxação dos super ricos em prol do clima

Organizada pelo grupo britânico Glasgow Actions Team, mensagens voltadas aos líderes mundiais presentes na reunião do G20 serão projetadas pelo Rio a partir da noite desta segunda

Notícias
18 de novembro de 2024

Mirando o desmatamento zero, Brasil avança em novo fundo de preservação

Na COP29, coalizão de países com grandes porções florestais dá mais um passo na formulação de entendimento comum sobre o que querem para o futuro

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.