Em 1999, durante o XVI Congresso Internacional de Botânica, na cidade norte-americana de St. Louis, foi proposta pela primeira vez uma Estratégia Global para a Conservação das Plantas (GSPC, na sigla em inglês), aceita oficialmente em 2002 pela Convenção sobre Diversidade Biológica. Agora, no fim de 2010, o seu primeiro alvo acaba de ser atingido através de uma parceria entre Missouri Botanical Garden (MBG) e o Royal Botanic Gardens (Jardim Botânico Real, mais conhecido como Kew Gardens): uma relação de trabalho aberta catalogando todas as espécies de plantas conhecidas no planeta.
O anúncio das duas instituições apresenta a conclusão da Lista de Plantas (The Plant List), documento imprescindível para conhecer as espécies da flora terrestre e trabalhar em ações de conservação efetivas. “Este é um grande avanço. Ao capturar o conhecimento taxonômico em um banco de dados, os computadores podem ajudar na tarefa de organizar os milhões de registros de nomes de plantas reunidos nas últimas duas décadas pelo Tropico, Lista Mundial de Famílias de Plantas Selecionadas e outras fontes usadas para fazer este produto (…), analisa Chuck Miller, Vice Presidente de Sistemas de Informação do Missouri Botanical Garden.
Ao todo, a listagem contempla 1 milhão e 250 mil nomes de espécies, sendo que 29% (300 mil) são de definições comumente aceitas e 46% (480 mil) são sinônimos daquelas. Os outros 260 nomes foram encaixadaos na categoria “indefinidos”, pois ainda não há consenso se as evidências indicam nomes “Aceitáveis” ou apenas equivalentes aos que já existem. A expectativa é que estes números cresçam com o passar do tempo em função da atualização dos dados e novos estudos aprofundados.
Um dos principais benefícios do trabalho será a reunião de diferentes nomes científicos usados para a mesma espécie de planta ao redor do globo. Deste modo, abre-se a possibilidade de que toda a comunidade conservacionista no planeta utilize uma mesma comunicação efetiva nos projetos de auxílio à sobrevivência dos diferentes tipos de flora – hoje, as diferenças nas nomenclaturas causam desperdício de recursos financeiros e podem levar a um ineficiente caos.
Leia também
Desmate e crise climática podem varrer araucárias de regiões do país
As estimativas são de que a ocorrência nacional da espécie caia mais de 70% até 2050 e que desapareça de Minas e São Paulo →
Galeria de fotos: o voo livre de 12 papagaios-de-peito-roxo
Projeto Voar realiza soltura de papagaios, vítimas do tráfico de animais silvestres, em Minas Gerais. Aves foram reabilitadas e serão monitoradas em vida livre →
Poluição química de plásticos alcançou os mais antigos animais da Terra
Estudos identificaram que proteínas geradas nas próprias esponjas marinhas eliminam essas substâncias prejudiciais →