A Polícia Militar do Rio de Janeiro fechou hoje (08) um vazadouro clandestino que funcionava como lixão. Localizado no bairro de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, fica ao lado do antigo aterro de Gramacho, desativado em julho de 2012. Sob o comando de traficantes, o aterro cobrava valores inferiores aos estipulados pelos aterros sanitários pela tonelada de lixo extraordinário – como são classificados os resíduos industriais, da construção civil e de hospitais.
A operação da PMRJ contou com o apoio da Coordenadoria Integrada de Combate aos Crimes Ambientais (Cicca), da Secretaria de Estado do Ambiente (SEA). Carlos Minc, secretário de meio ambiente do Estado do Rio de Janeiro, acompanhou a blitz.
Não houve confronto. Traficantes fugiram do local com a chegada da polícia. De acordo com a Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), cerca de 400 toneladas de lixo estão no local. Caminhões de coleta de lixo já começaram a remover os resíduos, que serão enviados para o Aterro Sanitário Bob Ambiental, no Município de Belford Roxo, também na Baixada Fluminense.
“O problema já existia há muito tempo. Com a participação do tráfico, só dificulta mais nossa ação. O Estado tem ações sociais para esses catadores, mas é complicado atrair para capacitação profissional um catador que tem renda mensal de R$1.500. Temos um projeto de urbanização para Jardim Gramacho pronto e já instalamos na prefeitura uma sede de monitoramento das câmeras que virão a fiscalizar a circulação de caminhões do bairro”, afirmou o prefeito de Caxias, Alexandre Cardoso.
Segundo Carlos Minc, pelo menos 5 outros locais com despejo clandestino de lixo serão desativados.
O despejo de lixo sem tratamento é um problema ambiental e de saúde pública. Na Baixada Fluminense, também virou caso de polícia, com o envolvimento de traficantes e empresas corruptas. Um inquérito será aberto para investigar as empresas que contrataram o serviço. A multa por crime ambiental pode chegar a 1 milhão de reais.
2014: ano dos resíduos sólidos
No dia 3 de agosto desse ano entra em vigor a Lei Nacional de Resíduos Sólidos, que demorou 19 anos para ser aprovado no Congresso Nacional. A lei estipula o dia 3 de agosto para o fim dos lixões a céu aberto em todo território nacional.
De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza e Resíduos Especiais (Abrelpe), cerca de 3 mil municípios brasileiros destinam seus resíduos em locais inadequados e dificilmente terão tempo de se adequarem a Política Nacional de Resíduos Sólidos. A conclusão vem da 10ª edição do Panorama dos Resíduos Sólidos, lançada em maior do ano passado.
De acordo com o levantamento, das 64 milhões de toneladas de resíduos gerados em 2012, 23,7 milhões de toneladas foram destinados aos lixões e 6,2 milhões sequer foram coletadas.
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