Não devia ser rara a visão do papagaio chauá (Amazona rhodocorytha) sobrevoando as matas, de Alagoas ao Rio de Janeiro, passando pelo leste de Minas Gerais. Isso certamente explicaria os muitos apelidos que tem: acamatanga, acumatanga, camatanga, camutanga, chauã, chuã, cumatanga e jauá. No entanto, a espécie, endêmica da Mata Atlântica brasileira, das serras do mar e baixadas, está ameaçada de extinção, um destino interligado à destruição do seu habitat.
É belo pássaro: tem uma vistosa coroa vermelha que se transforma num púrpura-marrom na parte de trás da cabeça. Suas bochechas e pescoço são azuis, as asas e corpo tem uma plumagem verde com manchas escuras na parte de trás do pescoço. Quando abertas, as asas revelam manchas pretas e vermelhas e as penas da cauda têm marcas vermelhas e pontas amareladas. Já o bico e as pernas são acinzentados e a íris dos olhos é laranja-acastanhado.
Um papagaio de grande porte – mede cerca de 40 cm de comprimento – se alimenta de frutas, sementes, bagas, botões de flores e folhas que encontra na parte superior da mata.
No início da primavera começa o seu período reprodutivo, quando há maior disponibilidade de alimentos. O casal protege o território envolto do ninho, normalmente feito em cavidade de árvore de grande porte, e mantém o uso do mesmo local ano após ano. Em cativeiro, põe a cada vez uma média de 4 ovos, a incubação leva 24 dias e os filhotes estão prontos para deixar o ninho cerca de um mês após o nascimento.
O chauá habita florestas tropicais úmidas tanto das baixadas litorâneas quanto das regiões altas do interior. A maior concentração está no estado do Espírito Santo, embora esteja também presente em áreas florestais no sudeste da Bahia e nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Outros locais são o norte do estado de São Paulo e no município de São Miguel dos Campos, no leste de Alagoas.
A maior ameaça enfrentada pelo Amazona rhodocorytha é a degradação do seu habitat, a Mata Atlântica, cuja cobertura florestal original remanescente é de cerca de 8,5 % da original. Outra ameaça é a exploração predatória e o tráfico ilegal, com frequência para fora do Brasil.
O ICMBio considera a espécie como Em Perigo de extinção, classificação também aplicada pela IUCN.
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