![Abelhas africanas ([i]Apis mellifera scutellata[/i]). Foto:](/wp-content/uploads/oeco-migration/images/stories/fev2014/abelhas.jpg)
Pelo menos dois agrotóxicos são responsáveis pela morte de 4 milhões de abelhas em Gavião Peixoto, município produtor de mel do interior de São Paulo. A suspeita foi confirmada ontem pela Prefeitura, após resultado de um laudo feito a pedido do Departamento de Agricultura e Meio Ambiente do município.
Em dezembro, após a mortandade das abelhas, apicultores fizeram boletim de ocorrência para conseguir entrar na Justiça atrás de indenização. A prefeitura encomendou um laudo para o laboratório Centerlab, que fica em Araraquara, para examinar os insetos mortos.
Os laudos divulgados ontem (18) apontaram a presença de Glifosato e Clorpirifós, o primeiro herbicida e o segundo insenticida, usados no controle de ervas daninhas e de pragas em lavouras. Centenas de colméias foram perdidas na região. Os dois agrotóxicos são permitidos no país.
Mortes de abelhas
Em 2012, o Ibama começou a reavalição de 4 agrotóxicos associados a efeitos nocivos às abelhas: Imidacloprido, Tiametoxam, Clotianidina e Fipronil, proibindo a pulverização aérea. Porém, após sofrer pressão dos setores rurais que reclamaram da falta de tempo para adequação às novas regras, o Ibama e o Ministério da Agricultura flexibilizaram a norma, criando regras especiais para as culturas de soja, trigo, arroz, algodão e cana-de-açúcar.
A redução de abelhas em escala mundial é um dos principais problemas ambientais do século, já que afeta diretamente a produção dos alimentos. São as abelhas as responsáveis por pelo menos 73% da polinização das plantas, de acordo com estudo da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), publicado em 2004.
A utilização indiscriminada de agrotóxico tem sido apontadas pelos cientistas como provável causa da chamada Desordem de Colapso da Colônia (em inglês, de Colony Collapse Disorder – CCD), quando as abelhas não conseguem voltar para as colmeias e simplesmente desaparecem no caminho.
Em grande parte dos países, como a União Europeia e Estados Unidos, a solução encontrada pelos governos foi restringir o uso de substâncias apontadas como nocivas às abelhas. No Brasil, a proibição de pulverização aérea das 4 substâncias voltou a valer esse ano. A exceção é a cultura do algodão, que poderá aplicar os venenos até julho de 2014.
*editado às 12h do dia 21/02
Leia Também
Governo flexibiliza uso de agrotóxicos nocivos a abelhas
Ibama estuda proibir agrotóxicos nocivos às abelhas
Cabeceiras ameaçadas
Leia também

Leão XIV no cenário climático
Ambientalistas dentro e fora da Igreja Católica são otimistas ao observarem a trajetória do cardeal Robert Francis Prevost, frade agostiniano e primeiro sucessor norte-americano de São Pedro →

Podcast ficcional aborda um futuro ecofeminista e igualitário
Em formato híbrido, a iniciativa mescla ficção e entrevistas a partir de uma visão crítica sobre o tempo histórico atual →

Clima, povos indígenas e tradicionais priorizados em conferência ambiental
Item mais votado pede que política nacional do meio ambiente receba ao menos 5% dos orçamentos de administrações públicas →
O problema no Brasil está em uma
bactéria chamada densidade demográfica!
Se em 1970 éramos 100 milhões, é claro que hoje com 220 milhões temos que ter mais que o dobro da área desmatada, mais que o dobro da área. Construída e mais que o dobro da área poluída.
Porque ninguém fala em desaceleração do crescimento??