Notícias

Agrotóxico mata milhares de abelhas no interior de São Paulo

As substâncias foram encontrados nos insetos mortos. Mortandade de colméias em Gavião Peixoto chamou a atenção das autoridades.

Redação ((o))eco ·
19 de fevereiro de 2014 · 10 anos atrás

Abelhas africanas ([i]Apis mellifera scutellata[/i]). Foto:
Abelhas africanas ([i]Apis mellifera scutellata[/i]). Foto:

Pelo menos dois agrotóxicos são responsáveis pela morte de 4 milhões de abelhas em Gavião Peixoto, município produtor de mel do interior de São Paulo. A suspeita foi confirmada ontem pela Prefeitura, após resultado de um laudo feito a pedido do Departamento de Agricultura e Meio Ambiente do município.

Em dezembro, após a mortandade das abelhas, apicultores fizeram boletim de ocorrência para conseguir entrar na Justiça atrás de indenização. A prefeitura encomendou um laudo para o laboratório Centerlab, que fica em Araraquara, para examinar os insetos mortos.

Os laudos divulgados ontem (18) apontaram a presença de Glifosato e Clorpirifós, o primeiro herbicida e o segundo insenticida, usados no controle de ervas daninhas e de pragas em lavouras. Centenas de colméias foram perdidas na região. Os dois agrotóxicos são permitidos no país.

Mortes de abelhas

Em 2012, o Ibama começou a reavalição de 4 agrotóxicos associados a efeitos nocivos às abelhas: Imidacloprido, Tiametoxam, Clotianidina e Fipronil, proibindo a pulverização aérea. Porém, após sofrer pressão dos setores rurais que reclamaram da falta de tempo para adequação às novas regras, o Ibama e o Ministério da Agricultura flexibilizaram a norma, criando regras especiais para as culturas de soja, trigo, arroz, algodão e cana-de-açúcar.

A redução de abelhas em escala mundial é um dos principais problemas ambientais do século, já que afeta diretamente a produção dos alimentos. São as abelhas as responsáveis por pelo menos 73% da polinização das plantas, de acordo com estudo da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), publicado em 2004.

A utilização indiscriminada de agrotóxico tem sido apontadas pelos cientistas como provável causa da chamada Desordem de Colapso da Colônia (em inglês, de Colony Collapse Disorder – CCD), quando as abelhas não conseguem voltar para as colmeias e simplesmente desaparecem no caminho.

Em grande parte dos países, como a União Europeia e Estados Unidos, a solução encontrada pelos governos foi restringir o uso de substâncias apontadas como nocivas às abelhas. No Brasil, a proibição de pulverização aérea das 4 substâncias voltou a valer esse ano. A exceção é a cultura do algodão, que poderá aplicar os venenos até julho de 2014.

*editado às 12h do dia 21/02

Leia Também
Governo flexibiliza uso de agrotóxicos nocivos a abelhas
Ibama estuda proibir agrotóxicos nocivos às abelhas
Cabeceiras ameaçadas

 

 

 

Leia também

Notícias
26 de julho de 2024

Desmatamento no Cerrado cai no 1º semestre, mas ainda não é possível afirmar tendência

Queda foi de 29% em comparação com mesmo período do ano passado. Somente resultados de junho a outubro, no entanto, indicarão redução de fato, diz IPAM

Salada Verde
26 de julho de 2024

Unesco reconhece Parna dos Lençóis Maranhenses como Patrimônio da Humanidade

Beleza cênica e fato de os Lençóis Maranhenses serem um fenômeno natural único no mundo levaram organização a conceder o título

Salada Verde
26 de julho de 2024

Dez onças são monitoradas na Serra do Mar paranaense

Nove adultos e um filhote estão sendo acompanhados pelo Programa Grandes Mamíferos da Serra do Mar. Primeiro registro ocorreu em 2018

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Comentários 1

  1. Iran diz:

    O problema no Brasil está em uma
    bactéria chamada densidade demográfica!
    Se em 1970 éramos 100 milhões, é claro que hoje com 220 milhões temos que ter mais que o dobro da área desmatada, mais que o dobro da área. Construída e mais que o dobro da área poluída.
    Porque ninguém fala em desaceleração do crescimento??