Alertas do sistema Deter, do INPE, sugerem um aumento de 714% no desmatamento de janeiro/2014, comparado a janeiro/2013. A área total subiu de 9,26 km² para 75,41 km² na comparação entre esses dois meses.
Entretanto, considerando a área de desmatamento acumulada entre agosto e janeiro (comparada ao mesmo período do ano anterior), ocorreu uma queda de 19%. Portanto, a subida de janeiro pode ser pontual.
Em novembro e dezembro de 2013 houve quedas bruscas na área de desmatamento. Em novembro de 2013, a área caiu 47,5%, de 205,11 km² para 107,66 km²(novembro/12). O mesmo ocorreu em dezembro, com queda de 28,8%, comparada com o mesmo mês do ano passado. Desde setembro não era registrada alta mensal nos dados do desmate (Veja gráfico).
O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon chegou a um resultado semelhante. Em janeiro, o desmatamento também subiu acima do esperado. Detectou-se 107 quilômetros quadrados de desmate, um aumento de 206% em relação a janeiro de 2013 quando o desmatamento somou 35 km².
Balanço
O balanço divulgado na tarde desta sexta-feira (21) pelo Ministério do Meio Ambiente enfatiza a diminuição dos números desde agosto, quando começa o novo ano no calendário do desmatamento, que vai de agosto a julho do ano seguinte.
De acordo com o INPE, foram desmatados 1.162,50 km2 nos últimos seis meses (agosto/13 a janeiro/14). No mesmo período anterior (agosto/12 a janeiro/13), os satélites registraram 1.427,99 km2 suprimidos.
O governo não divulgava os dados do desmatamento desde outubro, quando revelou os dados do Prodes — que mede com precisão o desmatamento anual da Amazônia –, que mostraram um aumento de 28% do desmatamento na Amazônia.
O Deter calcula os números do desmatamento usando como base as imagens geradas pelo sensor Modis, a bordo de satélites da NASA. Esses dados orientam ações de repressão ao desmatamento na região e também é usado para indicar a tendência do desmatamento. A precisão é limitada, pois o Deter só detecta polígonos de desmatamento em áreas acima de 25 hectares. Por isso, é considerado um sistema de alerta.
Trabalho conjunto
“Os trabalhos dos últimos dois meses foram focados em sofisticar os processos de controle”, declarou Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente. Segundo ela, o trabalho de reprimir o desmatamento ilegal na Amazônia não é exclusividade do governo federal e, por isso, há uma busca por fortalecer as parcerias com os estados
O Ibama aplicou 1.540 autos de infração nos últimos 6 meses, superando a marca de R$ 500 milhões em multas. Foram embargadas 40 mil hectares de terras e apreendidos 26 mil metros cúbicos de madeira, o correspondente a cerca de 300 caminhões carregados de toras.
Saiba Mais
Resumo do relatório do Deter
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