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Uma cascata sob a luz do luar

Silvio Kronbauer, vencedor do 2° Concurso WikiParques de Fotografia, fala sobre a sua foto vencedora. Leia aqui a entrevista.

Paulo André Vieira ·
10 de novembro de 2014 · 9 anos atrás

O fotógrafo Silvio Kronbauer começou a se interessar por fotografia de natureza ainda na infância, apreciando as belas imagens que encontrava em capas de caderno e guias de viagem. Sua foto da Cascata do “Passo do S”, no Parque Estadual do Tainhas, foi selecionada pela equipe julgadora a vencedora do 2° Concurso WikiParques de Fotografia. O Blog do WikiParques fez um ping-pong com Silvio, onde perguntamos sobre fotografia de natureza, áreas protegidas e um pouco mais sobre a sua foto vencedora.

O que o levou a se interessar pela fotografia de natureza?

Eu diria que a fotografia de natureza une duas coisas pelas quais eu tenho muito apreço: a fotografia e a natureza. O surgimento do interesse foi na infância, desde lá eu já apreciava as belíssimas fotos de capas de caderno, guias de viagem, entre outros materiais, e o gosto foi crescendo meio junto comigo. Fui me informando sobre os autores das fotografias que eu mais admirava (dentre os quais o Alex Uchoa, minha grande referência), estudei Gestão Ambiental e hoje uno as duas coisas por gostar muito da arte, e também para mostrar aos amigos e demais pessoas a minha visão, pela qual tento passar a beleza e a grandiosidade da natureza que nos cerca.

Quais foram as áreas protegidas mais bonitas que você já fotografou?

Infelizmente não tive tempo e recursos para fotografar a maior parte do que eu queria, mas acho que as áreas mais bonitas que eu já fotografei são justamente o Parque Estadual do Tainhas (RS), o Parque Nacional da Serra Geral e o Parque Estadual da Guarita. Visitei vários outros, uns não tão belos e outros que eu não tive oportunidade de fotografar na época. Mas tenho planos de fazê-lo em breve.

Qual área protegida você gostaria de fotografar mais ainda não teve a oportunidade? O que você fotografaria por lá?

O Parque Nacional da Chapada Diamantina. Tenho ideia de não só fotografar, mas de conhecer. Acho que é um dos locais mais bonitos do Brasil (e do mundo). Lá eu tentaria fotografar tudo, mas em especial as cascatas e o Poço Encantado, que são os locais que acho mais magníficos.

Conte um pouco sobre a foto vencedora do concurso. Onde ela foi tirada? Foi uma foto difícil de fazer?

A foto que enviei foi meio planejada, com alguns contratempos, mas ao final deu tudo certo. Solicitamos autorização ao gestor do Parque Estadual do Tainhas, onde fica a Cascata do “Passo do S”, com um mês de antecedência, e me acompanharam dois grandes amigos, ambos com experiências em trilhas e formação na área ambiental (Iuri Buffon e Thiago dos Anjos). Saímos pouco depois das 23h da sede do PET, e caminhamos até o lado oeste da queda, depois descemos até o pé da cachoeira, junto ao local mais próximo que se podia chegar (onde fiz a foto). Usei minha 5D com uma lente manual de 14mm. A ideia era fazer uma exposição de 4 a 6 minutos, mas esqueci de levar o cabo disparador, então tive que usar o ISO e abertura maiores para fazê-la nos 30 segundos (tempo máximo da câmera sem ser em modo Bulb). A maior dificuldade foi conseguir um foco bom manualmente (devido à escuridão). Mas, no fim, o resultado saiu de acordo com o esperado: a lua iluminou bem a queda e corredeiras, o céu ficou azulado e a névoa que subia não atrapalhou a visão.

Alguma dica para amadores que querem fotografar a natureza?

Olha, a maior dica que pode ser dada é, a meu ver, que se faça com amor. Tudo que fazemos com amor sai bem feito. Tecnicamente, recomendo que se estude muito, pois (como diz o grande Alex Uchoa) uma boa foto é resultado do somatório de preparação e oportunidade: aquele que estiver preparado vai conseguir extrair o melhor da cena quando surgir a oportunidade. Uma coisa fundamental para o fotógrafo de natureza é conhecer a luz (fotografar é captar a luz, e uma boa fotografia depende de boa luz, e de que se saiba como ela vai agir), é bom estudá-la (através de idas aos locais, e por meio de programas como o TPE). E para quem quer fotografar paisagens, o tripé é sempre um bom aliado. Mas nada substitui o trio de Cartier-Bresson: cabeça, olho e coração! Abraços e obrigado pela oportunidade.

 

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  • Paulo André Vieira

    Produtor Editorial formado pela UFRJ, atua em ((o))eco desde 2007 escrevendo sobre geojornalismo e cuidando da edição e gestão do site.

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