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Rastros do carnaval

Grupo registra montanha de latinhas e garrafas plásticas que foram parar no fundo do mar após folia em Salvador. Na alta temporada, gestão de resíduos se complica no litoral.

Redação ((o))eco ·
17 de março de 2010 · 15 anos atrás

Que o carnaval deixa atrás de si um rastro de sujeira qualquer um pode constatar nas ruas e avenidas pelas quais os blocos passam. O que poucos enxergam é o impacto da folia no mar. Em Salvador, Bahia, um grupo de surfistas resolveu tirar – literalmente – isso a limpo, após terem cruzado com latinhas e garrafas plásticas durante seus mergulhos. Dez dias depois da Quarta-feira de Cinzas e guiados por uma denúncia, os surfistas chegaram a uma área vizinha ao Farol da Barra, ponto importante do itinerário carnavalesco baiano, em que cerca de 1.100 estavam agrupadas,  devido ao movimento da maré.

Antes de retirar o material do local, eles tentaram chamar atenção do poder público e da imprensa local, mas o máximo que conseguiram foi a promessa do vice-prefeito de que o assunto seria colocado em pauta no carnaval que vem. “Sei que o comprometimento com os patrocinadores e aquela velha guerrinha de vaidades contra os carnavais de outros estados, como Pernambuco e Rio de Janeiro, acabam conspirando para isso. Mas vejo aí um modelo cansado, super dimensionado, sem inovações socialmente positivas e remando na direção oposta ao desenvolvimento sustentável da nossa cidade. Aquele lixo submarino é um pequeno sinal deste retrocesso”, desabafou o surfista Bernardo Mussi em sua página na internet.

Contando apenas com os próprios pulmões e duas pranchas de surf , o grupo de quatro mergulhadores retirou o que pode do fundo do mar. Mas, a contar do dia da primeira visualização até a constatação de que eles teriam que resolver o problema sozinhos, três dias depois, muitas latinhas já tinham se perdido e, das 1.100, eles retiraram cerca de 500. Segundo Massi, o ocorrido serviu de alerta para os próximos carnavais. “Já ficamos atentos para o que o ano que vem pode acontecer. Pretendemos fazer o monitoramento do lixo, saber o caminho que faz nas águas, para tentar contornar o problema”, disse Mussi a O Eco.

Fotos: Francisco Pedro / Projeto Lixo Marinho – Global Garbage Brasil

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Aproveitando o tema do lixo nas praias, o Ecocidades fez um levantamento do quanto de resíduos sólidos é produzido em algumas cidades da costa brasileira durante a alta temporada. Coincidentemente, Salvador foi a única a não retornar os contatos. Os números de Caraguatatuba (SP) e Rio de Janeiro (RJ) exemplificam o tamanho do problema que estas cidades têm de enfrentar todos os anos na gestão de seus resíduos sólidos.


Atalho:
Blog de Bernardo Mussi
Global Garbage.org

Leia Mais:
Carnaval é ruím para meio ambiente

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