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Refúgio Tatu-bola, nova e maior área protegida de Pernambuco

A criação do Refúgio da Vida Silvestre com nome do mascote da Copa 2014 protegerá um trecho de Caatinga e outras espécies raras da região.

Redação ((o))eco ·
25 de março de 2015 · 9 anos atrás

Tatu-bola ([i]Tolypeutes tricinctus[/i]) agora tem um espaço pra chamar de seu. Foto:
Tatu-bola ([i]Tolypeutes tricinctus[/i]) agora tem um espaço pra chamar de seu. Foto:

Finalmente o Tatu-bola ganhou um espaço pra chamar de seu. Proposta em julho de 2003, foi decretada a criação de uma área protegida que preservará, entre outros, o animal que foi o mascote da Copa do Mundo de 2014. Trata-se do Refúgio de Vida Silvestre Tatu-Bola, que nasceu já com a marca de ser a maior Unidade de Conservação de Pernambuco e uma das maiores do Nordeste.

A área protegida tem 110 mil hectares e abrange os municípios de Petrolina, Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista. Conserva uma área extensa da Caatinga e tem como objetivo preservar espécies endêmicas da região, como o próprio tatu-bola. A espécie é endêmica de áreas do Cerrado e da Caatinga e está bastante ameaçada. Chegou a ser considerada extinta na natureza, até ser redescoberta na década de 1990

A ideia de criar uma Unidade de Conservação na área nasceu em 2013 e ganhou forma nas mãos do biólogo José Alves Siqueira Filho, que preside o Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradadas (Crad), da Universidade do Vale do São Francisco (Univasf). Após seguir os trâmites dentro dos órgãos da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), a unidade foi oficializada na segunda-feira, 16/3, através de decreto  assinado pelo governador do estado.

O Refúgio é uma categoria de unidade de conservação que tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies. A particularidade do refúgio é permitir que haja moradias dentro da unidade, desde que  seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais pelos proprietários particulares.

Copa do Tatu

Durante a Copa do Mundo de 2014, pesquisadores propuseram que a cada gol feito no mundial, 1 mil hectares de terra deveriam ser declarados área protegida na Caatinga para conservar o tatu-bola, ameaçado de extinção.

Para os pesquisadores, a melhor maneira de preservar a espécie era proteger o seu habitat. Se a ideia tivesse sido aceita, 171 mil hectares de Caatinga deveriam ter sido protegidos, pois a Copa 2014 registrou 171 gols, em 64 partidas. Pela proposta, a nova UC é grande, mas nasceu devendo 61 mil hectares.  

 

 

Saiba Mais
Decreto nº 41.546, de 16 de Março de 2015
Refúgio de Vida Silvestre Tatu-bola – Proposta final

Leia Também
Tatu-bola-da-caatinga será o mascote da Copa brasileira
O Brasil se esconde como o Tatu
A FIFA, o Fuleco e o esquecimento do tatu de verdade

 

 

 

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Comentários 1

  1. Paulo Ferreira Gomes diz:

    Não basta criar, tem que implantar e dar estrutura para a gestão ,o que significa controle e monitoramento das ações no interior das Unidades de Conservação bem como da sua Zona de Amortecimento e ir mais além no Processo de Gestão , o que significa um relacionamento claro e efetivo junto às comunidades que interagem ou podem interagir com essas áreas. A estrutura requerida não existe no Estado de Pernambuco, o que reflete a criação de várias UC sem estudos prévios e sem Gestão . NÃO BASTA CRIAR, TEM QUE GERIR e BEM, como deve ser .