No último mês da estação chuvosa, abril, a Amazônia perdeu 1.197 km² de florestas, área equivalente ao território da cidade do Rio de Janeiro. O número é 54% maior do que março e o pior dos últimos 15 anos para o período, de acordo com dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), divulgados nesta quarta-feira (11).
Segundo o Instituto, os resultados de abril indicam que a Amazônia está cada vez mais perto de chegar a um novo recorde anual de desmatamento, projetado para 15 mil km² em 2022.
No ano passado, a destruição na Amazônia alcançou 13.235 mil km², segundo dados oficiais do desmatamento, registrados pelo sistema Prodes, do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE).
Foi o INPE, inclusive, o primeiro a dar o alerta de que a taxa de destruição na Amazônia em abril ultrapassava 1.000 km². Na última sexta-feira (6), a plataforma de dados do Instituto foi atualizada, indicando que, no mês, o bioma havia perdido 1.012 km². As informações, porém, vão somente até o dia 29 de abril nesta plataforma.
Ao comentar os dados do INPE, na segunda-feira (9), o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, os classificou como “péssimos, horrososos”. “Estamos vendo onde é que estamos errando”, disse Mourão.
O vice-presidente comandou o Conselho da Amazônia – criado pelo governo para organizar ações de combate ao desmatamento – até final de 2021, quando as atividades do órgão foram encerradas.
Atualmente, como ação de combate ao desmatamento, o Governo Federal mantém em curso a operação Guardiões do Bioma. Tutelada pelo Ministério da Justiça, a operação conta com apoio do Ministério do Meio Ambiente, Polícia Federal, Polícia Rodoviária, Força Nacional de Segurança Pública, Fundação Nacional do Índio e do Centro Gestor e Operacional de Proteção da Amazônia (Censipam).
Apesar da envergadura da operação, quase nada se sabe dela. Questionado por ((o))eco, via Lei de Acesso à Informação (LAI), o Ministério da Justiça se negou a fornecer dados sobre os eixos de atuação da operação, que tem custo inicial de R$ 175 milhões.
De qualquer forma, segundo pesquisadores do Imazon, o que não falta ao Governo Federal são informações. Além dos dados do SAD, do próprio instituto, e do Deter, comandado pelo INPE, o Executivo tem à disposição, desde agosto passado, uma plataforma de inteligência artificial que prevê quais são as áreas no bioma com maior risco de desmatamento.
“A PrevisIA pode auxiliar muito para evitar a derrubada da floresta e ainda gerar economia de recursos e de tempo para os órgãos públicos que têm como missão proteger a Amazônia, pois indica assertivamente para onde direcionar os esforços de prevenção”, explica Carlos Souza Jr, pesquisador do Imazon.
Desmatamento nos Estados
No mês de abril, o Mato Grosso registrou a maior taxa de desmatamento, tendo derrubado 372 km², ou 31% do total, segundo dados do SAD. Esse é o quarto mês consecutivo que o estado figura no topo da lista.
O segundo lugar ficou com o Amazonas, com 348 km² desmatados (29%), e em terceiro o Pará, com 243 km² (20%).
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Não sei se ele está de todo equivocado…
O vídeo está INDISPONÍVEL novamente, 12/05/22, 13h. Está como “privado”.
Tomara que se consiga, através da Justiça, as provas desse servidor em cargo de gestão, descaracterizando, mais uma vez, os dados do INPE, os estudos DA COMUNIDADE CIENTÍFICA sobre os biomas, enfim: o NEGACIONISMO CLIMÁTICO que impera nesta gestão.