Notícias

Bancos de desenvolvimento dos países da Amazônia se unem em “Coalizão Verde”

Mobilizados pelo BID, instituições financeiras se comprometeram a promover iniciativas para desenvolvimento sustentável na região. R$ 4,4 bi irão para Amazônia brasileira, diz BNDES

Cristiane Prizibisczki ·
7 de agosto de 2023 · 2 anos atrás

Belém – Bancos de desenvolvimento dos nove países que compõem a Bacia Amazônia lançaram, nesta segunda-feira (7), uma aliança internacional visando a promoção de iniciativas concertadas para o desenvolvimento sustentável na região amazônica.

O lançamento da iniciativa, chamada de “Coalizão Verde”, aconteceu em Belém-PA, onde os presidentes dos países amazônicos estarão reunidos nos próximos dias. A formação da Coalizão foi mobilizada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Segundo o banco de desenvolvimento brasileiro, BID e BNDES planejam investir US$ 900 milhões – R$ 4,4 bi – em pequenos negócios na Amazônia brasileira, por meio do programa Pró-Amazônia, cujo início está previsto para 2024.

Empresas e pequenos empreendedores de múltiplos setores serão beneficiados com financiamento para modernização, expansão, aquisição de bens e equipamentos e inovação, em atividades sustentáveis.

Do total a ser investido na região, US$ 750 milhões virão como empréstimo do BID e US$ 150 milhões pelo BNDES, que vai implementar o programa localmente por meio de agentes financeiros credenciados.

Segundo informações anunciadas em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (7) pelo BNDES, os empréstimos individuais deverão cumprir com as políticas de salvaguardas ambientais e sociais do BID.

“O Pró-Amazônia almeja gerar impactos positivos tanto no meio ambiente quanto nas comunidades locais, promovendo sinergia e um futuro próspero para os negócios da região.” disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

Coalizão Verde 

Segundo carta assinada pelos bancos de desenvolvimento dos nove países que compõem a Coalizão Verde, as instituições se comprometem a promover soluções financeiras e condições propícias para fortalecer atividades produtivas locais e impulsionar projetos social, ambiental e economicamente sustentáveis, com respeito às características locais e regionais.

A Coalizão está baseada em três princípios: 

  • Apoiar financeiramente projetos públicos e privados que permitam alternativas econômicas sustentáveis, inclusivas e positivas para o clima, visando a criação de oportunidades de emprego, especialmente para famílias de baixa renda;
  • Projetar soluções financeiras inovadoras combinando recursos públicos e privados para mitigar riscos, de modo a aumentar significativamente os investimentos do setor privado na região;
  • Impulsionar a cooperação técnica para gerar um pipeline robusto de projetos, aumentar as capacidades locais e consolidar um novo modelo de desenvolvimento sustentável para a região amazônica.

Em outras palavras, as instituições se comprometem a financiar projetos que incluam melhorar a renda, o emprego, a segurança, o saneamento, a saúde e a educação; habilitar conectividade, infraestrutura verde e transição energética e promover a conservação e restauração do Bioma Amazônia.

“O BNDES define suas prioridades tendo em mente que não haverá futuro para a humanidade sem a preservação da Amazônia e de outros biomas. É um dia marcante para unir forças com o BID e os Bancos de Desenvolvimento da região amazônica, do Brasil e do exterior, para lançar esta tão esperada Coalizão Verde, cujo principal objetivo é ampliar o financiamento para promover o desenvolvimento sustentável da região. Por meio da troca de experiências, com uma perspectiva abrangente e multilateral, a iniciativa promoverá a parceria entre os setores público e privado para fomentar renda, geração de emprego e infraestrutura para a Amazônia”, disse Mercadante.

  • Cristiane Prizibisczki

    Jornalista com quase 20 anos de experiência na cobertura de temas como conservação, biodiversidade, política ambiental e mudanças climáticas. Já escreveu para UOL, Editora Abril, Editora Globo e Ecosystem Marketplace e desde 2006 colabora com ((o))eco. Adora ser a voz dos bichos e das plantas.

Leia também

Notícias
19 de dezembro de 2025

STF derruba Marco Temporal, mas abre nova disputa sobre o futuro das Terras Indígenas

Análise mostra que, apesar da maioria contra a tese, votos introduzem condicionantes que preocupam povos indígenas e especialistas

Análises
19 de dezembro de 2025

Setor madeireiro do Amazonas cresce à sombra do desmatamento ilegal 

Falhas na fiscalização, ausência de governança e brechas abrem caminho para que madeira de desmate entre na cadeia de produção

Reportagens
19 de dezembro de 2025

Um novo sapinho aquece debates para criação de parque nacional

Nomeado com referência ao presidente Lula, o anfíbio é a 45ª espécie de um gênero exclusivo da Mata Atlântica brasileira

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.