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Consumo de água mineral aumenta no Rio: veja como descartar garrafas plásticas

É possível descartar garrafas plásticas em cooperativas de reciclagem, estações de reciclagem de supermercado e até se conectar diretamente com catadores através de aplicativo

Beatriz Diniz ·
29 de janeiro de 2020 · 4 anos atrás
Crise de água aumentou consumo de água engarrafada. Foto: Beatriz Diniz.

Em plena crise da água no Rio de Janeiro, o Eco preparou quatro dicas para moradores descartarem corretamente garrafas plásticas. O consumo de água mineral tem aumentado desde o início da distribuição pela Cedae de água turva, com gosto e cheiro de terra, nos primeiros dias de janeiro deste ano. É possível descartar garrafas plásticas em cooperativas de reciclagem, estações de reciclagem de supermercado e até se conectar diretamente com catadores através de aplicativo. 

O abastecimento tem sido garantido nos pontos de venda, com a aceleração da logística tanto da produção de água mineral quanto da distribuição. De acordo com a Associação Brasileira de Indústria de Água Mineral (Abinam), aumentou a venda de água em garrafões retornáveis e também em embalagens plásticas descartáveis. A venda de água em garrafas e galões descartáveis está 50% acima do normal neste período de início de ano. Já foram vendidos 240 milhões de litros de água em garrafões retornáveis de 20 litros e 180 milhões de litros de água em embalagens descartáveis. 

O maior consumo de água mineral engarrafada sinaliza o consequente aumento do descarte de embalagens plásticas descartáveis, que são recicláveis. A capital do Rio tem coleta seletiva realizada pela Companhia de Limpeza Urbana (Comlurb) em 115 bairros, no entanto, não atende a todas as ruas. Em sua página no site da prefeitura, atualizada em julho de 2018, a Comlurb informa que “vem ampliando, ano a ano, a coleta seletiva”, que chega a 9 mil ruas cariocas e recolhe por mês 1.700 toneladas de materiais potencialmente recicláveis. Em 2017, a coleta seletiva chegava a 113 dos 160 bairros do Rio. 

Na página da Comlurb no site da prefeitura estão listados quais bairros recebem o serviço público de coleta seletiva na cidade do Rio (clique aqui para acessar). Já para saber os dias, horários e roteiros dos caminhões pelas ruas atendidas, é preciso baixar a planilha disponibilizada. 

Foto: Beatriz Diniz.

Quem mora na cidade do Rio em ruas não atendidas pela coleta seletiva da Comlurb ou em municípios sem o serviço público de coleta seletiva, e quer descartar corretamente materiais que podem ser reciclados, deve procurar cooperativas de reciclagem e catadores de recicláveis. Ter uma cooperativa de reciclagem no seu bairro e conhecer o catador que coleta na sua rua é uma vantagem nesse momento, de maior consumo e descarte de garrafas plásticas descartáveis de água, que oportuniza à sociedade mudar hábitos em relação ao lixo. 

  • Cooperativas de Reciclagem 

Verifique se tem alguma na vizinhança para passar a fazer a entrega direta de seus materiais recicláveis. Uma busca no Google por “reciclagem de plástico no rio” tem como resultado diversos endereços de cooperativas, que podem ser visualizados também em mapa. Na Praça da Bandeira, por exemplo, tem uma cooperativa de recicláveis. 

Outras cooperativas que não apareçam na busca podem ser encontradas no mapa da Rede Favela Sustentável no Google, além de projetos comunitários de coleta seletiva e de reciclagem (acesse aqui o mapa, selecione o item sustentabilidade e clique nos marcadores em vermelho de localização).

  • Catadores de Recicláveis

O jeito prático e seguro de descartar tantas garrafas plásticas, e outros tipos de resíduos recicláveis, é através do aplicativo Cataki que conecta geradores de resíduos e catadores de recicláveis. É o Tinder da Reciclagem! Basta baixar no play do seu smartphone, ativar o gps antes de abrir o aplicativo, ver no mapa catadores que coletam na área em que você mora ou trabalha e fazer contato. Está disponível para os sistemas Android e IOS, é gratuito e funciona em todo o Brasil.

O Cataki ajuda moradores no descarte correto de recicláveis, promove a reciclagem e aumenta a renda dos catadores. Criado pelo movimento Pimp My Carroça, o aplicativo é aberto, colaborativo e sem fins lucrativos (saiba mais clicando aqui).  

Ainda que não sejam vistos como Agentes de Serviços Ambientais, como preconiza a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), catadores são responsáveis por coletar boa parte de todo material reciclado no Brasil. Trabalhando como autônomos, fazem a coleta seletiva chegar nas ruas em que o serviço público não chega, realizam o serviço fundamental de destinar recicláveis para reciclagem e geram impacto positivo para a limpeza e sustentabilidade de qualquer cidade. 

Descarte incorreto torna essa cena comum. Foto: Monica Volpin/Pixabay.
  •  Tampinhas 

Tampinhas e rodelas plásticas das garrafas também têm destino certo, quando separadas para descarte com propósito. O projeto Rio Ecopets recolhe tampinhas plásticas para pagar a castração de cães e gatos. Realizado por voluntários, tem pontos de coleta nas zonas Norte, Sul, Oeste e Central da cidade do Rio. No Estado, os pontos de coleta estão na Costa Verde e nas regiões dos Lagos e Serrana (clique aqui para conhecer o projeto). 

Há várias iniciativas de coleta de tampas plásticas, com diferentes propósitos, que podem ser encontradas na internet. Use na busca os termos “doação de tampinhas” ou “projetos de coleta de tampinhas”. 

  •  Estações de Reciclagem 

Para quem mora na zona Sul da capital fluminense, uma opção para descarte de garrafas plásticas são as Estações de Reciclagem do supermercado  Pão de Açúcar. As lojas que contam com esses ecopontos de descarte de materiais recicláveis, que são devidamente encaminhados para reciclagem, são encontradas em seu site (acesse aqui).

Para a jovem ambientalista Milena Batista, jogar fora o lixo é apenas tirar os lixos de dentro de casa, pois fora é o ambiente em que todos vivemos, pelos quais transitamos. Preocupada com o descarte das garrafas de água consumidas em casa, Milena usou o Cataki e encontrou um catador que coleta mais perto da rua em que mora do que ela pensava. “Eu não conhecia o aplicativo, por isso que acredito que com mais informação, depois que passar a contaminação da água com geosmina, o descarte correto de materiais recicláveis pode ser incorporado no cotidiano de moradores. E isso seria muito bom para a cidade hoje e, principalmente, para o futuro sem tanta poluição, que jovens e crianças merecem.” 

A Cedae anunciou uma mudança no tratamento da água da estação Guandu, com aplicação de carvão ativado, para acabar com o cheiro e o gosto de terra causados pela geosmina (substância produzida por algas em função de esgoto nos rios em que as águas são captadas). Equipamentos já foram instalados, testados, e o carvão ativado começou a ser aplicado em 23/01. Enquanto a água que sai das torneiras não volta ao normal, incolor, inodora e insípida, o que depois dos efeitos da mudança no tratamento ainda vai requerer dos moradores a lavagem de caixas d’água para retirada de resíduos, passar a descartar garrafas plásticas para reciclagem evita que mais poluição por esse material vá parar em rios, lagoas e praias.

 

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Comentários 1

  1. Adriana diz: