Chefes de uma empresa de “safáris de caça”, um comerciante de “troféus de caça” e um taxidermista foram presos esta semana, na Argentina, por crimes contra animais silvestres. Uma força-tarefa de órgãos policiais, judiciais e ambientais busca fugitivos e investiga conexões com países vizinhos.
Anos de investigações apontaram, entre outros delitos, que os envolvidos na bandidagem receberam milhares de caçadores para matar animais como onças-pintadas e pardas, capivaras, catetos e veados. Armas pesadas com silenciadores foram usadas.
Os caçadores envolvidos vinham principalmente dos Estados Unidos e da Europa, onde os safáris eram amplamente divulgados.
A operação seria a maior do tipo na história argentina e vasculhou ao menos 13 pontos no país vizinho, onde foram confiscados itens como carros, motocicletas, escrituras de propriedades rurais, inúmeros animais e troféus de caça. Uma onça-parda e três catetos foram resgatados.
“A partir da análise de documentos, computadores e celulares apreendidos, certamente surgirão informações vitais para identificar os caçadores internacionais e o grau de participação que eles têm nessa organização”, disse a ((o))eco Emiliano Villegas, coordenador de Operações da Área de Fauna da Brigada de Controle Ambiental da Argentina.
A caça de certos animais é legalizada por alguns meses a cada ano na Argentina, mas em certos estados (províncias), como Santiago del Estero e Buenos Aires, espécies como as apreendidas esta semana não podem ser abatidas. Algumas são protegidas pela Cites, sigla em Inglês da Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção.
“Além disso, o trânsito interjurisdicional e a exportação de troféus de caça de todas as espécies nativas estão proibidos desde 2022, pelo antigo Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável”, acrescenta Villegas.
Diretora da ong Freeland para a América do Sul, Juliana Ferreira analisa que a operação foi “impressionante em qualquer escala” e comemora o esforço argentino para derrubar “essa notória organização criminosa”. A entidade apoiou as investigações e a capacitação de agentes no combate aos crimes.
Confira mais informações no comunicado da Freeland.
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A caça como suporte de proteínas para nativos é uma coisa;
A comunicação de ani.ais silvestres de criadores autorizados é outra coisa;
A caça esportiva sem amparo legal é outra coisa. As de proteção a fauna Silvestre são brandas. Então, no meu entender com tantos recursos, tecnologia e corpo técnico – esse investimento não deve ser punido com se estivesse chovendo no molhado ( tantos esforço para parcos resultados) ou mesmo nenhuma punição! Reitero, o monitoramento sistemático na Escala 365X24, em um primeiro poderia funcionar como método. Mas depois precisaria evoluir para filosofia!