As emissões de gases de efeito estufa no Brasil se mantiveram praticamente estáveis em 2017, se comparado com o ano anterior. Houve uma leve queda, de 2,3%, segundo relatório divulgado na quarta-feira (21) do SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa), do Observatório do Clima. O estudo atribui a redução à queda do desmatamento na Amazônia. Mas o resultado poderia ter sido melhor se não fosse o aumento de quase 10% no desmatamento do Cerrado no mesmo período.
O segundo bioma do país elevou as emissões de gases de efeito estufa passando de 144 milhões para 159 milhões de toneladas de CO2e. Já a perda da cobertura vegetal na Amazônia passou de 601 milhões de toneladas de CO2 em 2016 para 529 milhões em 2017.
A queda no desmatamento, em 2017, não conseguiu reverter as emissões ao mesmo patamar de 2014, que obteve o índice de 940 milhões de toneladas de CO2.
Ao todo, o país emitiu 2.071 bilhões de toneladas brutas de gás carbônico (tCo2e) equivalente no ano passado, contra 2,119 bilhões de toneladas em 2016.
Os índices de emissões brutas per capita no Brasil ainda são maiores que a média mundial, números nada confortáveis para estabilizar o aquecimento global em menos de 2ºC, que é a meta prevista no Acordo de Paris.
O agronegócio é o maior emissor
Embora outros setores da economia, como indústria e energia, tenham aumentado suas emissões em 2017, a agropecuária brasileira se destaca como a principal responsável pelas emissões brasileiras de gases de efeito estufa, respondendo por 71% das emissões totais do país, quase 1,5 bilhão de toneladas de CO2. Se o agronegócio brasileiro fosse um país, como ressalta o estudo, ele seria o oitavo emissor do mundo, superando até mesmo o Japão.
Ainda sobre o agro, pesquisadores do Imaflora calcularam as emissões do setor agropecuário sobre quais seriam as emissões caso o carbono emitido pelos solos em pastagens degradadas fosse computado, e a notícia é desanimadora, pois seriam 36% maiores caso o carbono de pastos degradados e lavouras convencionais entrasse na conta.
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