Belém – A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, anunciou, neste domingo (6), que o governo vai criar um IPCC da Amazônia, nos moldes do que é hoje o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU.
Em reunião preparatória para a Cúpula da Amazônia, em julho passado, Lula já havia sugerido a criação de um corpo científico voltado para a produção e compilação de pesquisas sobre a floresta tropical.
Parte da comunidade científica interamericana já deu suas contribuições iniciais à iniciativa. Em evento nos Diálogos Amazônicos, a Rede Interamericana de Academias de Ciência (IANAS) e o Painel Científico para a Amazônia (SPA) apresentaram suas considerações à ministra de estado do Brasil.
Em carta, a IANAS defendeu o fim do desmatamento, da degradação florestal, dos incêndios, da mineração ilegal e outras atividades criminosas na região até 2030. As Academias de Ciências das Américas também pedem a adoção de uma estratégia abrangente para a preservação, conservação, restauração e remediação dos ecossistemas e biodiversidade da Amazônia.
“Isso inclui uma bioeconomia sustentável baseada em florestas e rios saudáveis, maiores investimentos em pesquisa e educação, e o reforço da governança regional para aprimorar uma gestão justa e sustentável dos recursos naturais, direitos humanos e integridade territorial”, diz o documento.
Já o Painel Científico para a Amazônia propôs a criação de sete programas, que incluem um sistema cooperativo de monitoramento do Bioma, um programa de biodiversidade e outro de fortalecimento da ciência e tecnologia voltados para a floresta, entre outros.
“Para solucionar o aparente conflito entre a economia e o meio ambiente, a pesquisa científica e tecnológica e os conhecimentos tradicionais deveriam desempenhar um papel crítico no desenho de políticas eficazes na contenção das forças que desmatam e no fortalecimento das capacidades que preservam ou restauram o bioma, garantindo ganhos econômicos para as populações locais e para o país”, diz o documento da SPA.
Os trabalhos do IPCC da Amazônia serão liderados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Recursos para Ciência
Nesta segunda-feira (7), a ministra Luciana Santos deve anunciar R$ 3,4 bilhões em investimentos em Ciência, Tecnologia e Inovação para a Amazônia, como parte do programa de investimentos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
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