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Humanidade estoura limite de 1,5ºC em 22 anos, diz estudo

Se as emissões de gases de efeito estufa continuarem crescendo nos níveis atuais, ultrapassaremos o limite seguro estabelecido pelo Acordo de Paris, indica estudo

Luciana Vicária ·
19 de junho de 2018 · 6 anos atrás
Atol de Ebeye nas Ilhas Marshall, uma das regiões que talvez não sobrevivam a um aquecimento maior do que 1,5° Celsius (Foto: NASA).

Se as emissões de gases de efeito estufa continuarem crescendo nos níveis atuais, restam cerca de 22 anos até que a temperatura global alcance 1,5°C e o aquecimento ultrapasse o limite seguro estabelecido pelo Acordo de Paris, indica um estudo publicado nesta segunda-feira (18) na revista científica Nature Geoscience.

Pesquisadores da Universidade de Oxford, que conduziram o estudo, liderados por Nicholas J. Leach, introduziram uma métrica alternativa chamada “escala de adaptação/mitigação”, que considera apenas os orçamentos de carbono para os cálculos de aumento da temperatura e tempo.

“A métrica é capaz de fornecer informações valiosas sobre o estado atual do sistema climático e especificar emissões futuras de CO2, além de indicar o tempo restante para que se atinja determinada temperatura e o momento da estabilização da temperatura do planeta”, disse Leach. De acordo com ele, se a liberação de gases poluentes se mantiver, atingiremos o 1,5° C de aquecimento entre 2030 e 2049.

A escala de tempo de Leach é aplicável  apenas para alvos climáticos de baixo aquecimento (até 1,5°C), já que em níveis mais elevados (acima de 2°C) podem surgir feedbacks adicionais do ciclo de carbono. Os próprios pesquisadores ponderam que a conta só é válida se os demais gases estufa se mantiverem constantes no futuro. Afinal, mesmo tendo um tempo de vida mais curto na atmosfera do que o CO2, gases extremamente poluentes como o metano também afetam o nível de aquecimento.

“Além de supor que o padrão de emissão dos demais gases de efeito estufa não muda com o tempo, assume que os sumidouros terrestres e oceânicos [de carbono] permanecem inalterados”, disse Carlos Nobre, climatologista da Academia Brasileira de Ciências. De acordo com ele, a capacidade dos oceanos e dos ecossistemas terrestres de absorver o excesso de carbono lançado no ar pela humanidade dá sinais de que pode declinar antes do que se imaginava. E caso isso se comprove, o tempo para chegar ao aquecimento de 1,5°C seria ainda mais curto.

 

 

logo Republicado do Observatório do Clima através de parceria de conteúdo.

 

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Comentários 2

  1. umbrios27 diz:

    E o pior é que, lendo o estudo, se percebe que ele é incrivelmente otimista, não levando em conta praticamente nenhum tipo de feedback, e por isso não podendo ter o seu raciocínio extendido para além dos 1,5oC a mais…


  2. Everardo diz:

    Pena que daqui a 22 anos não vão lembrar desse estudo porque todo ano sai um monte de estudo alarmista e ninguém lembra de cobrar os resultados.