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Incêndio florestal que atinge a Serra Fina já queimou cerca de 500 hectares

Fogo começou na noite da quinta-feira (16) e está próximo a Pedra da Mina, dentro da Área de Proteção Ambiental da Serra da Mantiqueira. Incêndio ainda não foi totalmente controlado

Duda Menegassi ·
21 de julho de 2020 · 4 anos atrás
Voluntários têm apoiado o combate ao incêndio na Serra Fina. Foto: Felipe Dias

Um incêndio florestal de grandes proporções atinge a Serra Fina, na fronteira entre São Paulo e Minas Gerais. O fogo teve início na noite da última quinta-feira (16) e já queimou cerca de 500 hectares. As chamas estão próximas da região da Pedra da Mina, um ponto turístico famoso entre montanhistas localizado no alto da serra, dentro da Área de Proteção Ambiental da Serra da Mantiqueira. O combate está sendo coordenado pelo ICMBio, junto às equipes do Corpo de Bombeiros de São Paulo e de Minas Gerais. Desde o começo do fogo, voluntários também se disponibilizaram para ajudar as brigadas nos acampamentos e no combate às chamas. Do lado mineiro, a situação já foi controlada, mas o fogo segue avançando no lado paulista, onde o acessoe relevo dificultam a ação dos brigadistas.

De acordo com o Tenente Coronel PM Camargo Júnior, do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, em sobrevoo realizado nesta manhã (21), os bombeiros constataram que das três frentes de incêndio existentes na véspera, uma já foi extinta. Agora, o combate às duas frentes seguirá por terra e em uma delas haverá o reforço aéreo de três helicópteros.

O levantamento feito pelo Corpo de Bombeiros de São Paulo calcula em 530 hectares – mais de 500 campos de futebol – a área já atingida pelo fogo. Os focos remanescentes estão concentrados na face sul da Pedra da Mina, onde o relevo acidentado da Serra Fina, com desfiladeiros e penhascos têm inviabilizado o combate terrestre.

“O relevo é o principal dificultador. Tem lugar que não tem combate, vai queimar até ele [o fogo] achar uma barreira ali, seja um rio, uma área mais úmida, uma rocha. Não tem combate, porque o risco da operação não compensa, você vai estar colocando em risco vidas humanas”, explica o gestor da Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra da Mantiqueira, Virgílio Dias. A região atingida pelas chamas corresponde à áreas de campos de altitude e zonas de transição para floresta, ecossistemas da Mata Atlântica.

Equipes têm utilizado apoio aéreo para tentar controlar os focos em locais de mais difícil acesso. Foto: Felipe Dias

O efetivo de cerca de 100 profissionais atuando no combate é composto principalmente por brigadistas do ICMBio e bombeiros de São Paulo e Minas Gerais. Além disso, há cerca de 90 de voluntários no local, coordenados pela Associação de Montanhismo e Proteção da Serra da Mantiqueira e Associação de Guias de Passa Quatro apoiados pelo Programa de Voluntariado da APA.

Ainda não se sabe qual a causa que originou o incêndio e apesar de algumas notícias terem veiculado que a provável causa seria um balão, de acordo com o gestor da APA, ouvido por ((o))eco, a hipótese central é de que a causa tenha sido uma fogueira. A combinação do clima quente e seco na região aumenta o risco de incêndios ganharem grandes proporções de forma rápida.

Em nota, o ICMBio esclareceu que a trilha da Serra Fina já estava fechada pelos municípios em função da pandemia “e assim permanece”. Portanto, não é permitida a entrada de visitantes em nenhuma das entradas para Serra.

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  • Duda Menegassi

    Jornalista ambiental especializada em unidades de conservação, montanhismo e divulgação científica.

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