A Noruega anunciou nesta segunda-feira (11) uma nova doação para o Fundo Amazônia, no valor de US$ 50 milhões (equivalente a R$ 246,8 milhões). O anúncio foi feito pelo ministro norueguês do Clima e Meio Ambiente, Andreas Bjelland Eriksen, durante o painel comemorativo dos 15 anos da iniciativa, na COP 28, em Dubai. Também participaram do anúncio a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, e Nabil Kadri, o superintendente de Meio Ambiente do BNDES, que gere o Fundo.
O anúncio marca a retomada das doações norueguesas, paralisadas desde 2019, em meio ao desmonte da iniciativa pela gestão do ex-ministro Ricardo Salles. Desde o ano passado, com a eleição de Lula à presidência, o país nórdico prometia retomar os aportes, mas indicava que primeiro esperaria os resultados da redução de desmatamento prometida pelo novo governo – como afirmou, em março, o ex-ministro do Clima e atual ministro das Relações Exteriores da Noruega, Espen Barth Eide. Segundo os últimos dados do INPE, divulgados no mês passado, a taxa de desmatamento na Amazônia caiu 22,3% entre agosto de 2022 e julho de 2023 – chegando ao menor número desde 2019.
“Este anúncio renova os compromissos da Noruega e é demonstração da confiança de que, com o governo Lula, retomamos o enfrentamento ao desmatamento, depois de quatro anos em que o Fundo Amazônia ficou paralisado”, comentou à Agência Brasil a diretora socioambiental do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Tereza Campello.
Essa nova doação se soma à doação formalizada de £ 80 milhões (R$ 495,8 milhões) anunciada pelo Reino Unido durante a COP 28, que disse ainda ter a intenção de doar mais £ 35 milhões (R$ 216,9 milhões). Ao longo de 2023, o Fundo Amazônia recebeu ainda doações de Alemanha, EUA, Suíça e União Europeia, totalizando mais de R$ 1,5 bilhão entre valores já doados e prometidos, segundo o BNDES. Com a doação anunciada hoje, a Noruega segue sendo a maior doadora do Fundo, totalizando R$ 3 bilhões em doações desde 2008.
Ainda segundo o banco de desenvolvimento, a COP 28 foi palco da chamada pública do Restaura Amazônia, a maior iniciativa já anunciada no âmbito do Fundo Amazônia. Pelo programa, serão destinados R$ 450 milhões a projetos de restauração ecológica em 3 macrorregiões – Acre, Amazonas e Rondônia; Mato Grosso e Tocantins; e Pará e Maranhão. De acordo com o BNDES, o Fundo possui atualmente cerca de R$ 4 bilhões disponíveis para apoio a novos projetos, incluindo aqueles já em análise.
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Deveriam ter esperado que esse desgoverno terminasse, corre um grande risco desse dinheiro evaporar, como tudo nesse pais tem extinguido.