Embora o imaginário popular ache que todos os peixes-elétricos soltam descargas, a grande maioria usa os sinais elétricos apenas para se orientar entre os igarapés, cachoeiras e grandes rios onde vivem. Com os sinais elétricos, eles conseguem identificar predadores e obstáculos no caminho, encontrar outros da mesma espécie e até saber se estão prontos para a reprodução. Esse é o caso do pequeno Eigenmannia meeki, a nova espécie descoberta na bacia do rio Tuíra, no Panamá, o primeiro a ser descrito nas bacias da América Central.
Pequeno, com comprimento variando de 16 cm a 30 cm, difere das outras espécies do gênero pela posição da boca, padrão de coloração, número de escamas, e disposição dos dentes. A descrição da espécie foi publicada na revista científica Copeia, pelos pesquisadores Guilherme Moreira Dutra, Carlos David Santana e Wolmar Benjamin Wosiacki, todos ligados ao Museu Emílio Goeldi, do Pará.
Os pesquisadores destacam a importância da descoberta da Eigenmannia, que embora já fosse conhecida no Panamá desde 1916, havia uma carência de material em boas condições para descrever a espécie. A descrição amplifica os conhecimentos da diversidade desses animais, fazendo com que seja possível investigar fatores de impacto ambiental e de ameaças. “O esforço para se conhecer a diversidade de Eigenmannia é contínuo. Em 2015, sete espécies foram descritas para o gênero, sendo cinco na Amazônia, e duas descritas nos últimos dois anos. Em 2017, pelo menos mais duas novas espécies serão apresentadas pela ciência”, afirma o pesquisador Guilherme Moreira Dutra.
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