Por meio de armadilhas fotográficas instaladas nas florestas do Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, foram registrados três filhotes de onça-pintada. Um macho de cerca 8 a 9 meses, filho da onça chamada de Índia, e os outros dois, ainda sem sexo confirmado, com idade estimada em 7 meses, filhos da Cacira. O monitoramento da população dos felinos no parque é feito pelo projeto Onças do Iguaçu, que viu as imagens de ambas as mamães no final do ano passado que indicavam a gravidez delas. Desde então, os pesquisadores aguardavam ansiosos pela oportunidade de flagrar os filhotes nas câmeras e confirmar a nova geração de pintadas do parque.
As mães, Cacira e Índia, foram vistas pelas armadilhas fotográficas em dezembro e outubro do ano passado, respectivamente. Na época dos registros, Cacira exibia uma pele flácida na região do abdômen, o que indicava um parto recente. Já Índia apresentava uma barriga de gravidez. Em ambos os casos, os pesquisadores ficaram ansiosos na expectativa de registrar os prováveis filhotes e só agora tiveram a confirmação visual dos novos moradores do parque.
O último registro que o projeto havia feito de filhotes foi em 2018, quando a fêmea Atiaia teve 3 filhotes. As onças-pintadas (Panthera onca) podem ter de 1 a 4 filhos por vez, sendo mais comum apenas 1 ou 2. Os filhotes geralmente ficam com a mãe até cerca de dois anos de idade, quando se separam e vão buscar seu próprio território.
Os pequenos felinos são um indício de que a população de onça-pintada que vive no corredor de Mata Atlântica entre os parques nacionais do Iguaçu, do lado brasileiro, e do Iguazu, do lado argentino, podem estar se recuperando. Segundo os pesquisadores, isso mostra que essa “é a única população de onças-pintadas da Mata Atlântica que está comprovadamente crescendo”.
O último censo, realizado em 2018, contabilizou 28 onças-pintadas no Parque Nacional do Iguaçu e 105 no Corredor Verde entre Brasil e Argentina, que representam aumentos de 27% e 16,7% respectivamente. O corredor de florestas entre os dois países é o maior núcleo remanescente das sub-populações de onças-pintadas na Mata Atlântica em nível mundial. Segundo os pesquisadores, a capacidade de suporte do território do Corredor é estimada em 250 animais. “Então ainda temos um longo caminho pela frente”, explicam em nota.
Os censos de onça são realizados de dois em dois anos, coordenados pelo projeto Onças do Iguaçu e pela equipe argentina do Proyecto Yaguareté. O censo de 2020 foi adiado em função da pandemia, e a expectativa é de que ele possa ser realizado no final do ano.
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amei o conteúdo,sou fã de onças ainda mais de filhotinhos muita fofura, obrigada por compartilha