A artista plástica Ivani Coutinho tem tudo a ver com o Cerrado. Ela viveu boa parte da infância em meio aos campos e matas, coletando flores e frutos do bioma no município de Nova América, em Goiás. Aquela realidade lhe tocou tanto que, hoje, dedica pincéis e tintas a cores e formas praticamente desconhecidas por olhos cada vez mais urbanizados, alheios às belezas que os cercam.
Ivani descobriu a vocação nas aulas de Educação Artística do ginásio, já colocando no papel formas e detalhes esculpidos pela natureza. Com poucos recursos, seguiu uma trilha como auto-didata. Seu futuro nas aquarelas foi definido após deslumbrar-se com uma exposição da britânica Margareth Mee (1909 – 1988), realizada há décadas no Palácio Itamaraty.
Ao contrário da artista botânica inglesa, que se dedicou às plantas da Amazônia, Ivani centrou esforços em retratar as nuances do Cerrado. Em seguida, realizou cursos com professores brasileiros e estrangeiros e hoje é uma das raras artistas que ensinam a técnica da aquarela científica.
“Com meu trabalho quero difundir a técnica e chamar a atenção para a necessária preservação da natureza. Principalmente do Cerrado, que está em vias de extinção. O bioma tem formas e combinações únicas de cores, que muitas vezes só se revelam nas ilustrações”, comenta a artista.
Ela já expôs no Senado e na Câmara, na Embrapa, no Ibama e em shoppings da capital brasileira, além de manter uma pequena mostra na Casa d´Itália (EQS 209/209), em Brasília, onde também ensina sua arte.
Apesar do talento, sua trajetória não foi e não é fácil. Ainda mais em um país que planeja pouco o presente, esquece fácil do passado e projeta o futuro com a destruição de seu patrimônio ecológico. Atualmente Ivani usa boa parte de seus dias para percorrer órgãos públicos e fazer contatos, sem desgrudar de suas pranchetas multicoloridas. Sempre em busca de apoio e atenção, assim como o Cerrado.
Confira abaixo uma pequena mostra de seu trabalho. Contatos da artista:
(61) 8537-2830
[email protected]
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