
Quem deixou para chegar a Copenhague na segunda semana de negociações da Conferência do Clima pode ficar de fora. No Bella Center, o pavilhão que abriga a convenção, a espera na fila para credenciamento pode passar de cinco horas, avisa um painel na entrada da COP-15. E isso não é garantia de que ela será concretizada.
Somente ontem, primeiro dia da segunda etapa das negociações, quando ministros e chefes de estado decidem se aceitam os termos do novo acordo, foram feitas 3,5 mil credenciamentos. Para minimizar a confusão entre os participantes que já têm credencial e os novos credenciamentos, a organização criou um sistema de cotas para entidades não-governamentais.
A partir desta terça, as ONGs que quiserem entrar no Bella Center terão de apresentar um crachá adicional, distribuído pela organização. O problema é que a cota de cada grupo é bem menor do que o número de participantes. Quinta-feira, somente mil representantes de organizações não-governamentais terão entrada permitida. Na sexta, o número cairá para apenas 90 pessoas. A decisão foi tomada para que os delegados e chefes de estado possam se “concentrar” nas negociações.

O número divulgado até o momento é de 45 mil solicitações para credenciamento, o que é três vezes mais do que a capacidade do local onde a COP-15 está sendo realizada. Hoje, a entrada foi mais bem organizada, com filas separadas por categorias: novos participantes, delegados, conferencistas e imprensa. Mas, na segunda, o caos imperava na frente do Bella Center, com centenas de pessoas se engalfinhando para conseguir ultrapassar a barreira policial. Algumas pessoas já falam em colapso e começam a correr rumores de uma manifestação para os próximos dias.
Durante coletiva de imprensa na manhã de hoje, o secretário-geral da Convenção do Clima, Yvo de Boer assumiu a culpa pelas longas filas e garantiu que tem feito o possível para resolver o problema. “Não podemos colocar um pé número 12 num sapato número 6. Nós poderíamos ter parado o registro depois que atingimos 15 mil pessoas, mas tem gente que vem numa primeira semana, outros na segunda semana, etc. Estou fazendo esforço com o setor de segurança para colocar as pessoas para dentro o mais rápido possível, dando prioridade para as delegações, para que tenhamos a discussão resolvida no final da semana”, disse o secretário da Convenção do Clima.
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