Reportagens

Rio Branco protesta contra queimadas

Estudantes e movimentos sociais fizeram passeata no último dia 24 para reclamar dos danos à saúde causados pelas queimadas.

Laura Alves ·
26 de agosto de 2010 · 15 anos atrás

 
Centro de Rio Branco enconberto pela fumaça de queimadas

 

Condições climáticas atípicas aumentam o número de focos de incêndio que já superam os maiores registros dos últimos cinco anos. Na capital acriana, em Rio Branco, a situação é crítica, até agora já foram registrados 1.422 queimadas urbanas, número muito mais elevados do que em julho e agosto (registrados 1.325 focos).

Os riscos infligidos pelas queimadas alertaram a população de Rio Branco, que já enfrenta dificuldades respiratórias pela má qualidade do ar e da fumaça que encobre os céus. Estudantes e sindicalistas saíram na última terça feira (24) às ruas em protesto contra as queimadas descontroladas e utilizaram máscaras cirúrgicas como manifestação das questões de saúde para a população. O protesto encerrou-se na frente do Ministério Público do Estado – órgão que fiscaliza os focos de incêndio diariamente – com cerca de 500 estudantes de escolas públicas e privadas e sindicalistas em passeatas pelas ruas principais da capital.
 

Passeata de protesto contra queimadas com estudantes e sindicalistas pelo centro de Rio Branco, Acre.

Estado de alerta

Baixa umidade do ar, altas temperaturas e ventos fortes ajudam a espalhar o fogo rapidamente, o que aumenta o perigo das queimadas nas cidades. Nos centros urbanos o fogo inicia-se em lixos queimados em quintais, enquanto nas áreas rurais o fogo começa nas beiras das estradas, atingindo pastos e, rapidamente, chegando nas florestas. As queimadas prejudicam a saúde das pessoas, aumentando a procura pelos centros de saúde. Outro grande agravante é a possibilidade de desabastecimento de água em algumas cidades, como Rio Branco, que já busca alternativas para a captação da água desperdiçada pela população.

 No dia 24 representantes dos 22 municípios do Acre se reuniram para discutir as ações de combate às queimadas juntamente com a SEMA, IMAC, MPE e outros parceiros. Na sede da Associação de Municípios do Acre (AMAC) foram apresentadas as últimas informações sobre os ocorridos e criadas estratégias e ações de remediação. Está aumentando a rigidez com a fiscalização das queimadas e os responsáveis pelas mesmas.

O IMAC, o IBAMA, a Polícia Militar Civil e Federal, Secretarias Municipais de Meio Ambiente, Bombeiros e Defesa Civil compõe a força-tarefa encarregada de operar as fiscalizações por terra e ar todos os dias da semana.

Imagens de satélite, helicópteros (um do IBAMA e o outro do Estado) e um avião (parceria com a Universidade Federal de Viçosa) são as ferramentas de controle e aumento da fiscalização. Graças a parcerias do governo, fortalece-se o movimento anti queimadas, com a sala de situação que reúne as informações sobre queimadas 24 horas por dia. Porém, dentre as ações federais, estaduais e municipais é a ação popular que ajuda a evitar o início do fogo, apresentando maiores resultados. O esforço coletivo pode remediar os grandes incêndios nas florestas nacionais e do estado do Acre.

“Não podemos ficar omissos neste momento de tanta preocupação, de tanta gravidade. Temos que criar uma mobilização da sociedade, envolvendo escolas, igrejas e a sociedade organizada. A população tem que se conscientizar de que a responsabilidade é de todos”, disse o prefeito de Rio Branco e presidente da AMAC, Raimundo Angelim.

Movimento #chegadequeimadas

Diversas pessoas estão expressando indignação em relação às queimadas no Brasil através da rede social Twiiter. Diversos comentários e notícias estão sendo distribuídos com o marcador #chegadequeimadas. As manifestações, denúncias e protestos já mobilizou mais de 25 mil pessoas. 


Para participar utilize sua conta do twitter com a tag  #chegadequeimadas.

(Laura Alves)

 

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