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Metas empurradas para frente

Conferência sobre Diversidade Biológica começa no Japão com discursos otimistas e dados alarmantes.

Redação ((o))eco ·
15 de outubro de 2010 · 15 anos atrás

Mesmo com a fraca disposição internacional demonstrada para salvaguardar a biodiversidade, começou com discurso de otimismo a 10a Conferência das Partes sobre a Convenção da Diversidade Biológica (COP10), em Nagoya, no Japão. O encontro das Nações Unidas vai até o dia 29 de outubro e foi aberto pelo secretário-executivo da convenção, Ahmed Djoghlaf, que não poupou palavras para afirmar que, apesar de tudo, esta será a mais importante conferência sobre biodiversidade da história das Nações Unidas. “Tenhamos coragem de olhar nos olhos das nossas crianças e reconhecer que nós falhamos, individual e coletivamente, para realizar o compromisso de Joanesburgo feito pelos 110 chefes de estado para reduzir substancialmente a perda de biodiversidade até 2010”, disse.

O secretário executivo reforçou que a velocidade da perda de espécies e ecossistemas hoje é mais de mil vezes mais alta do que o ritmo histórico de extinções. E falta pouco para que cheguemos ao ponto de irreversibilidade dos danos que estamos provocando à sustentabilidade da vida neste planeta.

Missões para as próximas semanas

Os 16 mil representantes de 193 países vão se debruçar sobre a negociação para elaboração de um plano estratégico para a próxima década (2011-2020), com olhos em 2050. Para não ser mais um plano fadado ao fracasso, Ahmed Djoghlaf pediu apoio às maneiras de implementação, monitoramento e verificação das ações e sinalizou com esperança pela aprovação do protocolo sobre acesso e repartição de benefícios da biodiversidade ainda neste encontro, como deseja a delegação brasileira.

Aproveitando o momento fértil para divulgar pesquisas sobre proteção da biodiversidade, na semana passada um estudo da Conservação Internacional (CI) mostrou que apenas 13% da superfície terrestre encontra-se protegida legalmente. Os oceanos têm só 1% de toda a sua extensão em áreas protegidas. O estudo prevê a necessidade de 25% de superfície terrestre protegida e o aumento para 15% na proteção de oceanos. Ainda assim, esta é considerada uma estimativa preliminar, pois a análise focou-se na estocagem de carbono, inibindo outros importantes serviços ambientais que, se incluídos, aumentariam em muito as necessidades de conservação internacionais.
 

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