O ano internacional da biodiversidade, 2010, não é até agora um momento de boas notícias. Bem o contrário: um novo estudo publicado nesta quinta na revista científica Science, mostra que ao contrário do que prometeram os governos em 2002, houve acelerada degradação de habitats e extinção continuada de espécies.
Esta foi a primeira avaliação independente sobre o status do cumprimento das metas traçadas na Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) . Utilizando mais de 30 indicadores como tamanho das populações das espécies ameaças de extinção, extensão de seus habitats e cobertura de áreas protegidas, o estudo não encontrou evidência de redução significativa na taxa de declínio de perda da biodiversidade.
De acordo com o Programa do Meio Ambiente das Nações Unidas, desde 1970 as populações de fauna sofreram 30% de redução, a área de mangues e gramas marinhas foi reduzida em 20% e a cobertura de corais vivos em 40%.
“Nossa análise mostra que os governos falharam no cumprimento dos compromissos assumidos em 2002”, disse, em nota distribuida pela ONG Conservação Internacional, o principal autor do estudo, Stuart Butchart, cientista do Centro de Monitoramento da Conservação Mundial do Programa do Meio Ambiente da ONU e da ONG BirdLife International. “A velocidade da perda da biodiversidade é a mais rápida já evidenciada e há pouco progresso na redução das pressões sobre as espécies, habitats e ecossistemas”, completa.
Delegações de praticamente todos os países do mundo se reunirão em outubro deste ano para em Nagoya, no Japão, para a 10a Conferência das Partes da Convenção de Diversidade Biológica, onde discutirão novas metas para a proteção da biodiversidade.
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