Salada Verde

Jubartes encalhadas

Até agora 15 baleias foram encontradas na costa brasileira, onde se reproduzem. Número é recorde.

Redação ((o))eco ·
9 de agosto de 2010 · 14 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente
fotos: Instituto Baleia Jubarte
fotos: Instituto Baleia Jubarte
De julho a novembro as águas brasileiras recebem a visita das baleias. Mas a temporada 2010 começou com más notícias. Até agora foram confirmados 15 encalhes de baleias jubarte que passam pela costa norte do Sudeste e chegam até o início da costa do Nordeste para iniciar seu período de reprodução. Por ano ocorrem em média 36 encalhes em todo o Brasil. Só que esse número pode subir neste ano. Para tentar entender essas causas e até devolver ao mar as baleias que chegam vivas as areias das praias, foi criado, em 2002, o Programa Resgate, uma parceria entre o Instituto Baleia Jubarte e o Instituto de Mamíferos Marinhos.

“Nossa área de monitoração desses animais é dividida em duas partes. Uma que compreende o sul da Bahia vai até o norte do Espírito Santo e outra que começa no litoral norte do estado baiano até a Baía de Todos os Santos, em Salvador. Cobrimos um total de 520 km”, explica Milton Marcondes, médico-veterinário do Instituto Baleia Jubarte.

As causas para os encalhes são muitas. Os cetáceos podem ser atingidos por embarcações ou caírem nas redes dos pescadores artesanais. A preocupação também se dá porque os meses característicos destes eventos são agosto e setembro. E segundo o veterinário, outra hipótese é o crescimento das baleias que visitam nossas águas. Hoje, estima-se em 9 mil a população de jubarte que faz a rota Brasil-Antártida. “Ainda não temos certeza que seja só o crescimento da população dessa espécie do cetáceo. Isso porque no ano passado a Austrália registrou um aumento muito grande de encalhes. De 3 a 5 por ano, passou a ter 47 na sua costa oeste. Estamos em contato com eles para saber se existe relação entre o ocorrido aqui no Brasil”, revela Marcondes.


Para ajudar na descoberta do que leva a esse crescimento de encalhes, o Programa de Resgate recebe ligações 24 horas por dia para ir ao encontro dos animais que estão agonizando ou já em decomposição. A equipe de quatro técnicos pode demorar até quatro horas para chegar ao local do acidente, mas Marcondes dá dicas de como a população deve proceder nesses casos. “Ao virem uma baleia ou golfinho encalhados, vivos ou mortos, as pessoas podem nos ligar para que possamos nos deslocar até a praia onde está o bicho. Se ele estiver vivo, passamos a orientação de manter o animal sempre molhado e colocar um lençol para protegê-lo de queimaduras do sol. Mas se o animal estiver morto recomendamos que não mexam nele, para preservar a saúde dos moradores até que cheguemos,”, orienta.

Programa de Resgate tem duas bases e as ligações também podem ser feitas a cobrar.

Praia do Forte: (71) 3676-1463 e (71)8154-2131 (Para o Norte da Bahia até Salvador)

Caravelas: (73) 3297-1340 e (73) 8802-1874 (Do sul da Bahia até o norte do Espírito Santo)

Leia também

Podcast
22 de novembro de 2024

Entrando no Clima#41 – COP29: O jogo só acaba quando termina

A 29ª Conferência do Clima chegou ao seu último dia, sem vislumbres de que ela vai, de fato, acabar.

Manguezal na maré baixa na Ponta do Tubarão, em Macau (RN). Foto: Alex LN / Creative Commons
Salada Verde
22 de novembro de 2024

Supremo garante a proteção de manguezais no país todo

Decisão do STF proíbe criação de camarão em manguezais, ecossistemas de rica biodiversidade, berçários de variadas espécies e que estocam grandes quantidades de carbono

Reportagens
22 de novembro de 2024

A Floresta vista da favela

Turismo de base comunitária nas favelas do Guararapes e Cerro-Corá, no Rio de Janeiro, mostra a relação direta dos moradores com a Floresta da Tijuca

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.