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Porto Alegre – Nesta semana, o ex-deputado estadual Luiz Fernando Záchia (PMDB/RS) assumiu a função de novo Secretário de Meio Ambiente de Porto Alegre no governo de José Fortunatti (PDT). A cerimônia de posse, que ocorreu na garagem da instituição, foi diferente da habitual. Além das pessoas que foram prestigiar o evento, ambientalistas estiveram presentes fazendo um manifesto simples, pacífico e criativo. Estavam vestidos com uma camiseta preta estampada “(EU) LUTO PELA SMAM” (sigla de Secretária Municipal de Meio Ambiente).
Felipe Viana, do Instituto Econsciência, afirma que a manifestação buscou demonstrar a insatisfação com a maneira que a atual gestão municipal trata a primeira Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Brasil. A preocupação é relativa à ausência do critério técnico na escolha do secretário, pois afirma que o perfil de Záchia é o de estar comprometido muito mais com o setor produtivo do que com o meio ambiente. “A SMAM vem se transformando em um órgão meramente político e a serviço dos interesses econômicos em detrimento do interesse coletivo”, declara.
Ao final do evento de posse, os representantes de movimentos ambientais foram conversar com o novo secretário. Entre as demandas estão a manutenção de um Cinturão Verde para a área urbana de Porto Alegre, que compreende toda a zona rural, os morros e a Orla do Guaíba. A necessidade de uma Reorganização Urbana também foi salientada, pois as ações de infraestrutura para a Copa de 2014 ameaçam milhares de moradias pobres, o que resultará em uma mascarada ‘higienização da cidade’. “Sabemos que existe um plano de realocar vilas inteiras para a região extremo sul da capital, em um local distante 35 km do Centro, sem emprego e com transporte precário”, conta Viana.
O protesto deixou claro que os ambientalistas não estão satisfeitos com a maneira que a prefeitura vem escolhendo os seus secretários do Meio Ambiente. Já não é a primeira vez que políticos não reeleitos aos seus cargos ganham a pasta ambiental. Além de Záchia, a Secretaria já foi comandada por outros ex-deputados estaduais que não se reelegeram: José Alberto Wenzel, Adilson Troca e Mauro Sparta, todos do PSDB. (Flávia Moraes)
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