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Acnur anuncia fundo para refugiados climáticos 

Agência da ONU destinará recursos do Fundo para proteger grupos de refugiados do clima. Objetivo é arrecadar US$ 100 milhões de dólares até o final de 2025

Júlia Mendes ·
25 de abril de 2024
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As mudanças climáticas não impactam apenas o meio ambiente, mas também quem vive nele, seja humano, seja animal. Ao redor do mundo, cada vez mais pessoas são obrigadas a se deslocar de suas casas para outro lugar devido a impactos climáticos. No Brasil, entre os anos de 2013 a 2022, mais de 4,2 milhões de pessoas perderam suas casas ou as abandonaram por causa de desastres ambientais, de acordo com uma pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Para impulsionar os esforços de proteção aos refugiados climáticos, a Agência da ONU para Refugiados (Acnur) lançou nesta quarta-feira (24) o Fundo de Resiliência Climática, com o objetivo de arrecadar US$ 100 milhões até o final de 2025. 

De acordo com dados da agência, em 2022, mais de 70% dos refugiados e solicitantes de asilo fugiram de países altamente vulneráveis ao clima. Cerca de 60% das pessoas deslocadas à força e apátridas vivem em países frágeis e/ou afetados por conflitos que estão entre os mais vulneráveis às mudanças climáticas e menos preparados para se adaptar a elas. 

Destinado unicamente para a proteção contra mudanças climáticas, o Fundo aumentará a disponibilidade de recursos sustentáveis, fornecendo mais energia limpa, por exemplo, para alimentar a infraestrutura de água, escolas e saúde usada por pessoas refugiadas e suas comunidades de acolhida. Além disso, segundo a Acnur, o fundo também apoiará a restauração ambiental e investirá na resiliência, construindo abrigos adequados ao clima, apoiando meios de vida inteligentes e reduzindo o impacto da resposta humanitária no meio ambiente natural.

“Muitos dos países que foram mais generosos em acolher refugiados também são os mais impactados pela crise climática. Os recursos disponíveis para enfrentar os impactos das mudanças climáticas não estão chegando aos deslocados à força, nem às comunidades que os acolhem”, afirma Filippo Grandi, Alto Comissário da ONU para Refugiados.  

O Fundo priorizará projetos que tenham efeitos locais e que envolvam as comunidades afetadas em sua concepção e implementação, além de se alinhar com estratégias nacionais de clima e planos de desenvolvimento.

  • Júlia Mendes

    Estudante de jornalismo da UFRJ, apaixonada pela área ambiental e tudo o que a envolve

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