Um acordo assinado entre o Ministério Público do Estado de Mato Grosso e Edio Nogueira levou à doação de 10 mil ha pelo agropecuarista no Pantanal, em Itiquira, a 360 km da capital Cuiabá. Na área deve ser criado um parque municipal.
O aperto de mãos determinou, ainda, o pagamento de uma indenização de R$ 5 milhões para assegurar a criação e gestão da reserva, que promete ser a maior do gênero no bioma. Metade deve ser paga em dinheiro e o restante em créditos de carbono ou com outra área de interesse ambiental.
Em 2019, a Promotoria de Justiça de Itiquira instaurou inquérito civil para apurar os repetidos danos ambientais na fazenda Santo Antônio do Paraíso. O imóvel havia sido comprado no ano anterior por Édio Nogueira e sua Agropecuária Rio da Areia.
Uma década antes, em 2009, a revista Época denunciou ofertas para venda da propriedade nos Estados Unidos, com “espécies como o jaguar, anaconda, cervo, capivara, tuiuiú e mais de 640 variedades de pássaros”.
Em 2022, o Ministério Público propôs uma ação para reparar ao menos 4.613 ha de vegetação nativa destruídos no imóvel, desde 2015. Mesmo com danos anteriores à compra de Nogueira, a reparação cabe aos donos atuais.
A Veja posicionou Nogueira como um dos maiores desmatadores da Amazônia entre agosto de 2019 e julho de 2020. Mais de R$ 50 milhões em multas por desmate e matança de árvores com agrotóxicos foram registrados numa de suas fazendas. O imóvel é vizinho do Parque Nacional do Xingu.
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