A Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT) informou que a audiência que irá discutir o licenciamento de duas pequenas centrais hidrelétricas (PCH) no entorno da Terra Indígena (TI) Sangradouro/Volta Grande, em Primavera do Leste (MT), no dia 5 de abril, será híbrida. O formato é diferente do divulgado anteriormente pela pasta, que disse que a reunião seria remota.
A afirmação do órgão ambiental estadual feita a ((o))eco ocorre após manifestação da Associação Xavante Warã e da Diretoria de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) contra o formato virtual da reunião. Como mostrou ((o))eco, a Warã defende que não existe a necessidade do formato remoto diante do controle da Covid-19, e que isso exclui aqueles que não têm acesso a internet. E foi por esse motivo que a Funai também pediu que o formato fosse alterado para presencial.
À reportagem, a Sema-MT disse na terça-feira (21) que a audiência seria híbrida, ou seja presencial com transmissão pela internet – diferente do divulgado anteriormente tanto pela pasta quanto pelo Diário Oficial do Estado –, e ainda encaminhou um endereço como sendo o local de ocorrência presencial da audiência da PCH Cumbuco e PCH Geóloga Lucimar Gomes.
A pasta, porém, não tinha informado se neste endereço haveria de fato a presença do empreendedor e responsáveis pelo Relatório de Impacto Ambiental (Rima), como tinha solicitado a Funai, ou se haveria neste local apenas um ponto de transmissão, como dito em outra ocasião pelo empreendedor. O questionamento foi respondido nesta quinta-feira (23). “Haverá representantes dos empreendimentos no local e […] será possível interagir com perguntas e respostas presencialmente”, disse a Sema-MT à reportagem, sem especificar quem serão esses representantes.
O endereço informado pela pasta foi o Hotel Tezla, na rua Olivério Porta, do bairro Centro Leste, em Primavera do Leste (MT). O evento será no dia 5 de abril, a partir das 9:00.
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Os empreendimentos são necessários para atender as necessidades de interessados, mas ao mesmo os empreendimentos causa impacto social e ambiental. Isso reflte e escrucia direta ou iindiretamente nos modos de vidas dos povos indígenas, tradicionais, Quilombolas, Ribeirinhos e ao meio ambiente . Se todos possuissem mesmo patamar,ou seja, condições de vida digna seria bom. Em razão existência de camadas sociais, deve ser respeitado classe minoritária.