Mais de 120 países e empresas assinaram nesta terça-feira (02) a Declaração sobre Florestas e Uso do Solo na COP 26. Ela estabelece o compromisso de destinar mais de 19, 2 bilhões de dólares de fundos públicos e privados para deter o desmatamento no mundo até 2030. A declaração foi assinada por 122 países, incluindo União Europeia, Brasil, EUA, China e Rússia.
A preservação das florestas que sobraram e a recuperação de áreas degradadas são importantes tanto do ponto de vista climático quanto da agenda da biodiversidade. Países como o Brasil, que parte significativa de suas emissões vêm da perda de floresta, terão que fazer esforços internos para controlar o desmatamento. Em 2012, o país alcançou a maior diminuição histórica do desmatamento na Amazônia Legal, abaixo dos 5 mil km². Com o abandono e desmantelamento dos órgãos de fiscalização, promovidos pelo atual governo, o desmatamento voltou a acrescer e atingiu, em 2020, 11 mil km² desmatados, a maior taxa em doze anos.
A Declaração sobre Florestas e Uso do Solo aconteceu em evento convocado pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e foi assinada por mais de 100 líderes, que representam mais de 86% das florestas do mundo. O acordo prevê o suporte de um fundo de US$ 12 bilhões de dinheiro público aportado por 12 países – como EUA, Reino Unido, Noruega, Alemanha, Coreia do Sul, União Europeia, Canadá e Japão – entre 2021 e 2025, além de US$ 7,2 bilhões de investimento privado por parte de mais de 30 instituições financeiras mundiais. O suporte apoiará iniciativas de restauração, manutenção de florestas e apoio a comunidades indígenas em países em desenvolvimento.
“Nossas florestas são também o modo como a natureza captura o carbono, tirando gás carbônico (CO2) da atmosfera”, disse o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante anúncio da Declaração sobre Florestas.
É a segunda vez que países assinam uma declaração prometendo eliminar o desmatamento. Em 2014, em Nova York, a meta era até 2020, mas não foram definidos meios para alcançar o objetivo. A declaração de Nova York fracassou.
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