Ocupações irregulares e obras de infraestruturas colaboraram para que Cuiabá, capital de Mato Grosso, perdesse 17% de sua cobertura nativa, em um período que vai de 1988 a 2017. Os dados são da Análise da perda de vegetação nativa no município de Cuiabá entre 1988 e 2017, realizado pelo Instituto Centro de Vida (ICV).
A capital de Mato Grosso perdeu 55 mil hectares de sua vegetação nativa nos últimos 30 anos, o equivalente a 13,8 vezes a área do Parque Nacional da Tijuca, o segundo maior parque urbano do país.
A análise da mudança no uso de solo do município foi feita através de dados disponibilizados pelo Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo do Brasil (MapBiomas).
O principal fator de pressão é o de ocupações irregulares, causados pela demanda por habitação. Dos 115 bairros reconhecidos legalmente no perímetro urbano de Cuiabá, mais de 40% das localidades são consideradas como “assentamentos informais”.
“Nós observamos um avanço grande do impacto nas áreas de preservação permanente de rios e córregos, como o rio Cuiabá e o Barbados que são bastante impactados por essas ocupações irregulares”, aponta Vinícius Silgueiro, coordenador de geotecnologia do ICV.
Outro fator de pressão sob as áreas verdes do município são as obras mal planejadas de infraestrutura. O pacote de obras para a implementação do Veículo Leve sobre os Trilhos (VLT) causou a retirada de 2.500 árvores. A obra faz parte do pacote da Copa do Mundo de 2014, já custou mais de R$ 1 bilhão e não foi concluída até hoje.
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Análise da perda de vegetação nativa no município de Cuiabá entre 1988 e 2017
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