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Dentro do parque: MP flagra desmatamento em fazenda ligada a Padilha

Foram apreendidos caminhões com lascas de madeira extraídas do Parque Serra de Ricardo Franco, aquele que quase foi extinto pela Assembleia de Mato Grosso em abril

Daniele Bragança ·
9 de julho de 2017 · 7 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente
Parque Estadual Serra Ricardo Franco. Foto: Laerte Marques.
Parque Estadual Serra Ricardo Franco. Foto: Laerte Marques.

Fazendeiros continuam destruindo o Parque Estadual da Serra de Ricardo Franco, no Mato Grosso. Na última sexta-feira (07), a pedido do Ministério Público do Estado de Mato Grosso, a Polícia Civil do município de Vila Bela da Santíssima Trindade cumpriu mandado de busca e apreensão na fazenda Paredão II, localizada dentro dos limites da área protegida. A propriedade está no nome de Marcos Antônio Tozzatti, sócio do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.

A equipe da Polícia Civil apreendeu dois caminhões carregados de lascas de madeira. Segundo o Ministério Público, as lascas foram extraídas ilegalmente da área do Parque.

A busca e apreensão aconteceu após o delegado de polícia, Clayton Queiroz de Moura, filmar a área desmatada utilizando um drone no último dia 23 de junho. As imagens subsidiaram o pedido que a promotoria interpôs na Justiça. O delegado Moura foi transferido da Comarca de Vila Bela da Santíssima Trindade no início da semana passada e quem respondeu pelo cumprimento do mandado de busca e apreensão que apreendeu os caminhões foi Rafael Mendes Scatolon, delegado Regional.

Drone filma toras em fazenda de sócio de Padilha. Foto: Divulgação.
Delegado flagra toras em fazenda de sócio de Padilha. Foto: Divulgação.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e seus sócios possuem quatro fazendas dentro da Unidade de Conservação. A Paredão 2, de propriedade de Marcos Antônio Tozzati, não possui sede própria e utiliza a estrutura da fazenda vizinha, que pertence ao ministro.

Entenda o caso

Em dezembro de 2016, foi aberto um inquérito policial para apurar crimes ambientais dentro do parque. A investigação examinou 51 propriedades localizadas dentro da área protegida.

Sete meses após a primeira diligência, a prática de crimes ambientais no interior do Parque Serra Ricardo Franco continua.

Em abril. num movimento que foi visto como resposta contra a atuação dos órgãos ambientais e da promotoria no local, a Assembleia Legislativa do Mato Grosso aprovou, em primeiro turno, a extinção do parque, o que legalizaria as atividades das fazendas localizadas ali dentro. Após protestos, o projeto de decreto legislativo foi suspenso e a segunda votação (a definitiva) não aconteceu.

*Com informações da Assessoria de Imprensa do Ministério Público do Estado de Mato Grosso.

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    Repórter e editora do site ((o))eco, especializada na cobertura de legislação e política ambiental.

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Comentários 3

  1. paulo diz:

    Padilhão, coroné sô.


  2. AAI diz:

    O Delegado foi transferido depois de dar o flagra com o drone… Porque não me surpreendo? O coitado deve estar sofrendo altas represálias agora. Merecia uma matéria para acompanhar o que acontece com pessoas idôneas nesse país!


  3. paulo diz:

    Criminoso, então bandido, pois continua cometendo os crimes.