Composta por um Conselho de Coordenação e uma Coordenação Nacional, a gestão do próximo biênio do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica tomou posse neste mês. A chancela dos nomes que estarão à frente do movimento até 2024 aconteceu nesta semana, durante a primeira reunião ordinária do mandato.
Movimento nacional, o pacto busca articular e integrar atores interessados na restauração da Mata Atlântica. Estabelecido em abril de 2009, o movimento atua articulando entes públicos e privados, além da comunidade científica, pela restauração e conservação da biodiversidade nos 17 estados do bioma.
O Conselho de Coordenação é responsável por estabelecer normas, regras, princípios e políticas para a gestão e operacionalização do movimento. Neste biênio, ele passa a contar com sete representantes da iniciativa privada, dez representantes da sociedade civil, dois de centros de pesquisas, três de associações e colegiados e quatro de órgãos de governo. O novo conselho teve uma taxa de 40% de renovação em seu quadro, composto por 27 membros.
Já a Coordenação Nacional, implementa estratégias de atuação definidas pelo Conselho de Coordenação, promovendo ações de captação de recursos, estabelecimento de parcerias e representação do movimento em fóruns, colegiados e eventos. Neste biênio, Ludmila Pugliese, da Conservação Internacional (CI) Brasil, e Pedro Brancalion, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), deram lugar aos recém-eleitos Rubens Benini, da The Nature Conservancy (TNC) Brasil, e João Augusti, da Bracell. A Secretaria Executiva do pacto, por sua vez, continua sob titularidade do engenheiro florestal Alex Mendes.
“É um desafio enorme, mas o bom é que está todo mundo junto, em busca de restaurar mais 14 milhões de hectares na Mata Atlântica, até 2050”, destacou Benini, novo coordenador nacional e líder da Estratégia de Florestas e Restauração na TNC Brasil.
Pugliese, que é gerente de Restauração da CI Brasil, disse que o momento é de renovação e esperança. “É sempre muito bom ter novas ideias para o movimento, para que a gente consiga encontrar meios de alcançar as nossas metas ambiciosas”, relatou a ex-coordenadora nacional do pacto, que agora assume uma vaga no Conselho de Coordenação.
Para o gerente de Sustentabilidade da Bracell, João Augusti, que assume o posto de vice-coordenador nacional do pacto, “é preciso trazer a meta para mais próximo e fazer acontecer até 2030, durante a Década da Restauração da ONU”. “Temos que colocar metas ambiciosas para a restauração, e buscarmos atender o máximo da meta. Isso cria um certo desconforto, mas cria engajamento, cria ansiedade para fazer acontecer”, disse Augusti.
No ano passado, o trabalho de restauração na Mata Atlântica trinacional foi declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como uma das dez Iniciativas de Referência da Restauração Global da ONU. O reconhecimento torna o pacto e a Rede Trinacional, assim como seus membros, elegíveis para receber promoção, apoio técnico ou financiamento com o apoio da ONU.
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