Salada Verde

Frigoríficos vão informar o nome de espécie de cação na embalagem

Empresas decidiram não recorrer da decisão da Justiça Federal de Porto Alegre, que obrigou o Walmart e Carrefour a informar qual dos cações comercializados são tubarão azul.

Daniele Bragança ·
10 de agosto de 2016 · 8 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente
Tubarão azul (Prionace glauca). Foto: Wikipédia

Os frigoríficos Jahú Ltda e Calombé Indústria e Comércio Ltda decidiram alterar os nomes das embalagens de cação, fazendo constar o termo científico Prionace glauca (Tubarão Azul), espécie ameaçada de extinção. Os dois são fornecedores de cação para os supermercados Walmart e Carrefour, co-réus na ação civil pública movida pelo Instituto Justiça Ambiental (IJA) em junho de 2011.

Em fevereiro, a Juíza Federal Dra. Clarides Rahmeier, da Nona Vara Federal de Porto Alegre, determinou que os supermercados informassem, na embalagem, o nome vulgar completo e o nome científico do animal, assim como o local de procedência do pescado. A decisão foi de primeira instância, mas os frigoríficos decidiram não recorrer e acataram a sentença.

Embalagem
Como ficará a embalagem a partir de agora: consumidor saberá o nome científico e origem do tubarão pescado.

O tubarão azul (Prionace glauca) é considerado vulnerável à extinção na lista vermelha de espécies ameaçadas do estado do Rio Grande do Sul quanto pela lista nacional. O que o Instituto Justiça Ambiental queria desde o princípio era que os supermercados informassem aos consumidores a origem e o nome científico do cação, eufemismo da indústria para carne de tubarão.

“O que a gente queria era mudar o nome na embalagem e que a empresa pesquisasse na cadeia produtiva dela de onde está vindo aquele tubarão e que espécie está sendo vendida”, afirma Cristiano Pacheco, diretor executivo do IJA.

A determinação vale para apenas duas lojas localizadas na Rua Carazinho, 788, Bairro Petrópolis (Walmart) e na Av. Plínio Brasil Milano, 2343, Bairro Passo D’Areia (Carrefour), ambas em Porto Alegre, mas a decisão pode se estender por um motivo simples: a dificuldade de manter dois rótulos para um mesmo produto vendido em quase todo território nacional.

“Imagina se eles vão manter os novos rótulos só nesses estabelecimentos, rótulos diferentes só para atender esses supermercados e outro rótulo para todo o Brasil. Não vai fazer sentido. Provavelmente vão mudar todas as embalagens, embora a sentença seja para apenas essas duas lojas”, afirma Pacheco.

 

 

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  • Daniele Bragança

    Repórter e editora do site ((o))eco, especializada na cobertura de legislação e política ambiental.

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Comentários 2

  1. Ricardo diz:

    Impressionante este tipo de estratégia, mudar o nome para obtenção de lucros…eu tenho um nome para isso – Safadeza!
    Ambconsult


  2. Ebenezer diz:

    Vai dar certo sim…igual os filés de panga que vendem como linguado! Igual jacaré que vendem como pirarucu!