O presidente do Gabão, Ali Bongo Ondimba, anunciou ontem (05), durante abertura da Conferência dos Oceanos, na ONU, a criação da maior rede africana de áreas marinhas protegidas, que abriga uma imensa diversidade de vida marinha ameaçada, incluindo as maiores populações reprodutoras de tartarugas-de-couro (Dermochelys coriacea), tartarugas-marinha (Cheloniidae) e 20 espécies de golfinhos e baleias.
A rede de 20 parques marinhos e reservas aquáticas protegerá 26 por cento dos mares territoriais do Gabão, com um alcance de 53 quilômetros quadrados. Para se ter uma ideia, o Brasil protege menos de 2% de sua costa marinha.
Com a ação, o governo do Gabão criou um ambicioso plano de gestão de pescas para a África Ocidental, que sofre com a sobrepesca desenfreada e abusos por parte de frotas estrangeiras, principalmente a japonesa. Como forma de restaurar a pesca sustentável, foram estabelecidas zonas separadas para as frotas comerciais e artesanais de pesca.
O objetivo é reequilibrar as reservas de peixes e que as áreas protegidas ajudam os habitats marinhos se tornarem mais resistentes às mudanças climáticas.
A criação da rede é resultado de um amplo estudo que envolveu o trabalho de agências governamentais e de grupos de conservação. A iniciativa do Gabão pode servir de exemplo para outras nações.
Leia Também
Leia também
Governo francês expande área de reserva marinha
Ação aumentará área protegida no sul do Oceano Índico para mais de 100 mil km². O local abrange sete áreas totalmente protegidas →
Os gigantescos perigos para a tartaruga-de-couro
Uma espécie única de tartaruga encontra nas redes de pesca e na intensa captura de seus ovos, enormes ameaças à sua existência. →
A grande jornada das tartarugas
Pesquisadores desvendam as rotas utilizadas pelas tartarugas-de-couro no Atlântico Sul. Estudo mostra que sobrevivência da espécie está ameaçada. →