Os Jardins Botânicos Reais de Kew, a maior instituição botânica do mundo, divulgou neste mês um balanço das novas espécies descobertas por seus cientistas e parceiros no ano de 2023. Comandados pelo diretor científico Alexandre Antonelli, brasileiro de Campinas, os pesquisadores da instituição sediada em Londres descobriram 99 espécies no total, sendo 74 de plantas e 15 de fungos, em locais como Madagascar, Coreia do Sul e até Antártica.
Segundo a entidade de pesquisa, as descobertas são importantes para os esforços de conservação, já que muitas dessas espécies são encontradas já ameaçadas ou criticamente ameaçadas de extinção, tendo um único indivíduo vivo conhecido. Segundo a edição de 2023 do relatório “Estado das Plantas e Fungos do Mundo”, também lançado por Kew, 77% das espécies ainda não descobertas de plantas (que seriam 15% da flora mundial, estima o relatório) estariam ameaçadas de extinção, enquanto cerca de 2 milhões de espécies de fungos ainda são desconhecidas. “Temos formas de salvar as novas espécies mais ameaçadas, mas só se conseguirmos encontrá-las a tempo”, diz a abertura do comunicado no site da instituição.
Para comemorar as novas descobertas, os cientistas de Kew elegeram suas 10 espécies favoritas entre as 99 descritas no ano passado. A primeira espécie da lista é uma orquídea descoberta em Madagascar, a Aeranthes bigibbum. Também compõem a seleção duas espécies de árvores (Baphia arenicola e Cochlospermum adjanyae) que vivem embaixo da areia do Deserto de Kalahari, em Angola, uma orquídea (Dendrobium azureum) encontrada no topo de um vulcão na Indonésia e uma espécie de planta (Crepidorhopalon droseroides) aparentemente carnívora, a única de seu gênero com essa característica caso isso se confirme – os pesquisadores ainda estão testando se ela consegue digerir insetos, embora já tenham comprovado que os atrai e prende em seu interior. A lista completa pode ser consultada aqui.
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