A Justiça mantém a prisão preventiva do ex-deputado estadual pelo MDB Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Jóias, acusado de ligação com o tráfico de animais silvestres. Ele nega envolvimento e alega perseguição política, mas o juízo destacou a gravidade das acusações.
Disparada este mês por polícias e órgãos ambientais, a Operação São Francisco é tida como a maior já feita contra o tráfico de fauna. Foram cumpridos mais de 40 mandados de prisão e 270 de busca e apreensão no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, contra caçadores, atravessadores e comerciantes de animais.
O balanço aponta cerca de 700 espécimes resgatados, quase sempre em condições precárias. De acordo com especialistas, até 60% dos animais capturados morrem antes de chegar ao destino. O TH Jóias estaria ligado sobretudo ao tráfico de macacos.
As investigações revelam uma rede que envolve falsificadores de anilhas e documentos, além de criadores clandestinos. Também foram identificados vínculos com o tráfico de armas e munições, usados para proteger rotas ilegais e ampliar a atuação do grupo.
Esses crimes afetam populações de espécies já vulneráveis, aumentam riscos de transmissão de doenças, aprofundam a perda de biodiversidade e enfraquecem serviços ecológicos essenciais, como a dispersão de sementes que garante a saúde das florestas.
Apesar de movimentar milhões, o tráfico de animais segue como crime ambiental tratado com brandura pelas autoridades. Centros de triagem continuam sem recursos e punições raramente resultam em prisão efetiva, o que contribui para a perpetuação das ilegalidades.
*Com informações de meios como Folha de Pernambuco, CNN Brasil, O Globo, Metrópoles e Agência Brasil.
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