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Mais de 60% dos deputados federais atuam contra a agenda socioambiental

Levantamento da Repórter Brasil afirma que 313 parlamentares votaram ou elaboraram projetos contrários à preservação do meio ambiente, comunidades indígenas e trabalhadores rurais

Sabrina Rodrigues ·
30 de janeiro de 2018 · 7 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente
Dos 513 deputados, 313 foram avaliados com atuação desfavorável à agenda socioambiental, segundo o Ruralômetro. Foto: PMDB Nacional/Flickr.

Mais de 60% dos deputados federais atuam de forma desfavorável à agenda socioambiental. Esse é o resultado de um levantamento feito pela ONG Repórter Brasil, organização formada por jornalistas, cientistas sociais e educadores. Na lista dos nomes de deputados com pior avaliação estão ministros do atual governo, ex-ministros e pré-candidatos.

O estudo informa também que entre os 313 parlamentares que atuam em votações ou na elaboração de projetos de lei contrários à preservação do meio ambiente, direitos dos trabalhadores rurais e defesa das comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas, quase a metade são integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).

Os dados fazem parte do novo projeto da Repórter Brasil chamado Ruralômetro, uma página especial lançada nesta terça-feira (30) que tem por objetivo avaliar o comportamento dos deputados federais eleitos em 2014 diante da agenda socioambiental. O Ruralômetro mostra quem recebeu financiamento de campanha de empresas autuadas pelo Ibama ou que já entraram no cadastro de empregadores flagrados por mão de obra análoga à de escravo. A plataforma permite também ver quais os deputados multados pelo Ibama por infrações ambientais e quantos parlamentares possuem empresas que não repassaram à Previdência Social a contribuição previdenciária referente a seus trabalhadores (inclui dívidas ao Funrural – o INSS Rural).

Avaliação

O levantamento avaliou 131 projetos de lei cujos autores são deputados eleitos em 2014 e 14 votações nominais (em que deputados registram seu voto). Todos esses projetos apresentam algum tipo de impacto ao meio ambiente, aos povos indígenas e trabalhadores rurais.

A ferramenta utiliza como método de avaliação temperaturas febris variando de 37,4ºC a 42ºC graus de febre. Quanto mais alta a “febre”, pior é a avaliação do parlamentar.

Segundo o Ruralômetro, o deputado com pior avaliação é o presidente da bancada ruralista, Nilson Leitão (PSDB-MT), com 42ºC de febre. Leitão é autor de nove projetos de lei contrários aos direitos socioambientais e votou ‘sim’ em sete medidas provisórias ou projetos de lei considerados desfavoráveis ao setor. Outros deputados não ficaram muito atrás de Leitão, como Cristiane Brasil (PTB-RJ), com 39,3℃, e os ministros Carlos Marun (Secretaria de Governo) e Leonardo Picciani (Esportes) têm 40℃ e 40,2℃, respectivamente. Dos pré-candidatos, Jair Bolsonaro (presidência) tem 38,7⁰C e Celso Russomanno (governo de São Paulo), tem 39,8⁰C de febre.

 

Saiba Mais

Ruralômetro – Medindo a febre ruralista na Câmara dos Deputados.

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  • Sabrina Rodrigues

    Repórter especializada na cobertura diária de política ambiental. Escreveu para o site ((o)) eco de 2015 a 2020.

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Comentários 1

  1. paulo diz:

    Os fatos (números, processos, etc) comprovam. Bando de canalhas vendidos.