A indicação da nova secretária responsável pela gestão do meio ambiente no estado de São Paulo indica forte foco em obras e infraestrutura. Natália Resende, advogada, engenheira civil e procuradora federal é quem comandará a supersecretaria, que unirá Infraestrutura, Meio Ambiente, Transportes e Logística, a partir de 2023.
O anúncio foi feito pelo governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), na sexta-feira (25). Natalia Resende atuou como consultora jurídica no atual Ministério da Infraestrutura e trabalhou diretamente com Freitas na Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB). A futura secretária também coordenou a CNIR (Câmara Nacional de Infraestrutura e Regulação).
Doutoranda e mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos da Universidade de Brasília,, com foco em regulação de infraestruturas de rede, a nova secretária também é professora em Parcerias Público-Privadas na Faculdade de Escola de Sociologia e Política de São Paulo, Mackenzie e PUC Minas Gerais.
O foco de suas pesquisas acadêmicas e de seu trabalho são os arranjos institucionais, aspectos jurídicos, econômicos e de regulação, no âmbito de parcerias e concessões, com estudos de aplicação prática no contexto da infraestrutura nacional e internacional.
O perfil da secretária tem consonância com o plano de governo apresentado por Tarcísio de Freitas que previa, inclusive na área ambiental, facilitar e agilizar processos licitatórios. Segundo Freitas citou em coletiva, Natália Resende o ajudou na estruturação de mais de uma centena de leilões.
A secretária tem conhecimento técnico e experiência, também, para levar adiante o plano que segue em análise, segundo o governador eleito, de privatizar a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
Será a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura, Transportes e Logística que administrará a Sabesp, como também a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), com um orçamento aproximado de R$ 18 bilhões.
Segundo Tarcísio de Freitas afirmou na coletiva, a intenção de criar uma secretaria mais ampla é a de favorecer o que chamou de infraestrutura sustentável e possibilitar que grandes projetos de obras sejam criados, desde o princípio, levando em conta os seus impactos ambientais.
Natália Resende, a nova secretária, embora tenha evidente experiência no setor de infraestrutura, não conta com nenhuma atuação voltada especificamente para a gestão, conservação ou estruturação de políticas ambientais.
Resta saber, portanto, como será composta a equipe completa da nova pasta, qual será o peso do meio ambiente nesse contexto e como se darão as concessões e aprovações técnicas dentro desta máquina administrativa.
Leia também
Licenciamento e privatização da Sabesp, Tarcísio e Haddad debatem propostas
Colados no presidenciáveis Lula (PT) e Bolsonaro (PL), candidatos ao governo paulista explicitaram divergências sobre licenciamento ambiental e a privatização da Sabesp →
Transição de Tarcísio têm nomes da gestão Bolsonaro e indícios de privatização da Sabesp
Anúncio dos oito grupos de trabalho, incluindo “Infraestrutura, Habitação e Meio Ambiente”, foi feito na terça-feira (22); Manutenção do atual número de pastas indica que São Paulo pode continuar sem secretaria de meio ambiente →
São Paulo terá supersecretaria de meio ambiente, infraestrutura, transportes e logística
A equipe de transição ligada à pasta também tem forte influência de Gilberto Kassab, que será secretário de Governo de Estado →
Vim pesquisar sobre a futura Secretaria de Meio Ambiente, por que aqui no Sudoeste Paulista, o descaso com ele é gritante. Entra e sai prefeito, e as coisas só pioram. Cortam árvores nativas, construções em APPs, mortandade de aves e animais. Vai mal, muito mal por aqui. As futuras gerações é quem vai sofrer. Que Deus olhe pelo Estado de SP.