O ministro da Agricultura e Pecuária (MAPA), Carlos Fávaro, anunciou a retomada do BID Pantanal, programa idealizado em 1995 pelo então governador de Mato Grosso, Dante de Oliveira (PDT-MT) – e federalizado em 2001 –, que previa o repasse de US$ 400 milhões para os estados pantaneiros. Com o objetivo de fortalecer o desenvolvimento sustentável do bioma, o projeto nunca foi efetivamente colocado em prática.
O programa previa aportes, principalmente, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), mas também do governo japonês, governo federal e dos estados. O BID Pantanal planejava ações em áreas como águas; solos; agrotóxicos; conservação da fauna; saneamento; economia; estradas; parques; e reservas, mas foi paralisado em 2003.
“Se não foi naquele momento, há 20 anos atrás, que o projeto BID Pantanal se tornava realidade, chega ao MAPA um ministro mato-grossense”, disse Fávaro nesta segunda-feira (22), durante a abertura do II Congresso Ambiental dos Tribunais de Contas, que acontece nesta semana em Cuiabá (MT).
A iniciativa de retomar o programa, disse Fávaro nesta segunda, surgiu a partir da constatação de que havia no MAPA uma linha de crédito aprovada pelo BID, no valor de US$ 1,2 bilhão, para projetos de desenvolvimento sustentável de cadeias produtivas agropecuárias.
“Validei com o presidente Lula, com os técnicos do BID, se ainda cabia neste projeto o BID Pantanal, que prevê melhorias, incrementos, sustentabilidade, saneamento básico, e a resposta positiva foi que sim, que os recursos podem ser utilizados no BID Pantanal”, afirmou Fávaro.
Segundo o ministro, do valor disponibilizado pela linha de crédito do BID, US$ 800 milhões estão sendo destinados para boas práticas de produção sustentável no Nordeste e Norte (US$ 400 milhões para cada). “E para o nosso querido estado de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, para o Pantanal, retomaremos o BID Pantanal, com US$ 400 milhões de dólares, para fazer deste um grande programa”, declarou o ministro.
Fávaro disse que, neste momento, ainda precisa revisar as diretrizes do programa. “O projeto já existe, mas o tempo andou, são 20 anos, precisamos reaprimorá-lo para que possamos lançá-lo o mais rápido possível”, concluiu.
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