Reeleito pelos gaúchos para mais 4 anos de governo, Eduardo Leite (PSDB) contraria discurso e prática. No embate com João Dória (SP) para se candidatar à Presidência, afirmou na COP26 do Clima, na Escócia, que a campanha às eleições de 2022 teria o “meio ambiente como tema central”.
Em seu discurso naquele evento global, no fim de 2021, Leite ressaltou a oportunidade para geração de hidrogênio verde e celebrou compromissos firmados por outros governadores para controlar o desmatamento e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Todavia, esta semana chancelou a nomeação de Marcelo Camardelli como Secretário Adjunto da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura. Camardelli representava a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) no Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema).
Entidades civis afirmam que o ruralista defendia “medidas retrógradas e contrárias ao uso sustentável dos recursos naturais” no Conselho e temem que Camardelli prejudique a conservação do verde e das águas do Pampa. O bioma é o que mais perde vegetação natural no país, aponta o MapBiomas.
“Embora a situação de escassez de água e a necessidade de “reservação” sejam reconhecidas pela FARSUL, a entidade não tem apoiado a adoção de medidas essenciais para a produção de água, tais como a (…) recuperação de Reserva Legal e APPs”, destaca uma carta da Coalizão pelo Pampa remetida a ((o))eco.
Já a Associação dos Servidores da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura denuncia que normas emitidas nos últimos anos pelo governo gaúcho permitem o uso de áreas ilegalmente convertidas no Pampa após 22 de julho de 2008, data de corte para aplicação do Código Florestal de 2012.
Conforme o manifesto enviado ao Ministério Público Estadual, os crimes ocorreram sobretudo para dar espaço a plantios de soja e “deveriam ser tratados pelo órgão gestor com a emissão de multas e obrigatoriedade de recuperação do dano”.
No primeiro mandato, Leite conseguiu aprovar no Legislativo a fusão das secretarias de Meio Ambiente e de Infraestrutura, profundas alterações no Código Ambiental do RS, o “autolicenciamento ambiental” de atividades poluidoras e menos restrições a agrotóxicos banidos em outros países.
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È necessário lembrar ao governador que o Estado de Mato Grosso tem inúmeras unidades de conservação abandonados, varias são Parques que poderiam estar abertos a população, mas se encontram fechados e abandonados, vale lembrar somente na região aonde se localiza o Parque Federal de Chapada, temos os Parques Estaduais: Lagoa Azul em Bom Jardim ( fechado abandonado ), Encontro das Águas no Pantanal, (abandonado), Mirante do Centro Geodésico, (abandonado). O Estado tem que se esforçar para arrumar e abrir os Parque Estaduais e deixar que a empresa que ganhou a licitação na qual o Estado participou c a MTPar, mas não conseguiu se classificar, cuidar do Parque Federal de Chapada ! A população de Mato Grosso merece e deseja o maior numero de Parque abertos e funcionando.
Lamentável. Discurso e prática cada vez mais distoantes.