O Tribunal de Contas da União acatou, na última quarta (15), um pedido feito por deputados do Partido Verde para investigar o uso de um retardante de chamas no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães e na Estação da Serra das Araras, em Mato Grosso. Mesmo sem ter regulação ambiental para ser usado no Brasil e com parecer técnico contrário do Ibama feito em 2018, o produto foi adquirido pelo Ministério do Meio Ambiente.
Os deputados Célio Studart (PV-CE) e Israel Batista (PV-DF) protocolaram no mês de outubro uma representação sobre possíveis irregularidades praticadas pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, envolvendo a compra, sem licitação e ignorando parecer técnico, de 20 mil litros do retardante de chamas Fire Limit FL-02, compra que custou 684 mil aos cofres públicos.
Os parlamentares solicitaram que o TCU investigue não apenas a compra sem licitação, mas a relação entre o uso do componente e possíveis contaminações na água e no solo. Segundo recomendação da Coordenação de Avaliação Ambiental de Substâncias e Produtos Perigosos do Ibama, o retardante leva pelo menos 28 dias para que cerca de 80% a 90% de seu material se degrade, por isso, era necessário suspender o “consumo de água, pesca, caça e consumo de frutas e vegetais na região exposta ao produto pelo prazo de 40 dias”. (Marcos Furtado)
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