Após a mortandade inexplicável de botos no Lago Tefé (AM), durante a última semana, os pesquisadores do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, que coordena as operações de emergência no local, tiveram um final de semana mais tranquilo. Entre sábado e domingo não foram registradas novas mortes.
Entre o sábado (23) e a sexta-feira (29), 110 animais morreram nesta formação lagunar do rio Tefé, afluente do Rio Solimões. Do total de mortes, 70 delas ocorreram na quinta-feira (28).
Segundo a pesquisadora Miriam Marmontel, líder do Grupo de Pesquisa em Mamíferos Aquáticos Amazônicos do Instituto Mamirauá, os trabalhos durante o final de semana ficaram concentrados no resgate de carcaças antigas e no trabalho de necrópsia dos animais resgatados nos dias anteriores.
Durante esta segunda-feira (2), especialistas em resgate de cetáceos vivos – membros da força-tarefa criada entre vários órgãos e organizações para acompanhar o caso – saíram em busca de animais vivos debilitados, que serão usados para coleta de amostras de sangue e monitoramento do comportamento dos animais impactados.
Amostras de sangue e tecidos foram enviadas a laboratórios de São Paulo e Rio de Janeiro e nos próximos dias os pesquisadores deverão ter uma resposta para a causa da mortandade. Dependendo do resultado, uma operação de translocação dos animais vivos para o Rio Solimões não está descartada.
Esta é a pior seca já registrada no Lago Tefé e a segunda pior dos últimos 13 na Amazônia como um todo.
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