Nesta sexta-feira (30), o governo trocou o comando da Diretoria de Proteção Ambiental do Ibama, a Dipro. Sai o coronel da Polícia Militar Olímpio Ferreira Magalhães, “ilustre” nome que comandava a diretoria desde abril de 2020. Entra – pasmem – outro militar, Samuel Vieira de Souza, do Exército. O coronel da reserva está no Ministério do Meio Ambiente desde 28 de fevereiro de 2019, quando foi nomeado pelo ex-ministro, Ricardo Salles como seu assessor de gabinete.
Seu currículo de carreira nas Forças Armadas traz cursos em administração, direito e “ciências militares”, sendo a experiência de comando de um batalhão de infantaria de selva no Pará o mais próximo de qualquer atuação na área ambiental. A Dipro, diretoria que será comandada por ele, é responsável por coordenar, controlar e executar ações referentes à fiscalização, além da coordenação de emergências ambientais.
O exonerado, coronel Olímpio, é um dos investigados pela Polícia Federal por suposto envolvimento com esquema criminoso para facilitação de contrabando de madeira extraída ilegalmente na época em que era superintendente do Ibama no Amazonas, cargo que ocupou entre setembro de 2019 e a ida para Dipro. A investigação, fruto da Operação Akuanduba, foi deflagrada no dia 19 de maio deste ano, a pedido do Supremo Tribunal Federal (STF) e, apesar de ainda em curso, é creditada como um das maiores responsáveis pela saída de Salles – outro investigado – do Ministério.
*Na foto em destaque: O recém-nomeado chefe da Dipro do Ibama, Samuel Vieira de Souza, hoje coronel da reserva do Exército, cumprimenta um almirante durante seus dias no comando do 52º Batalhão de Infantaria na Selva. Foto: Exército/Divulgação
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