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2 Notícias Uma nova e rara espécie de bromélia que pode estar condenada pela mineração
3 Notícias Respostas locais reduzirão riscos diante da emergência climática
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Biodiversidade | Clima | Politica Ambiental
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Fonte

Agência Fapesp

Reportagens
22 de agosto de 2025

Mudanças climáticas podem reduzir drasticamente a recarga de aquíferos no Brasil

Estudo aponta que a maioria dos reservatórios subterrâneos do país vai perder sua capacidade de renovação, aumentando o risco de escassez hídrica em diversas regiões, especialmente Sudeste e Sul →

Por José Tadeu Arantes
22 de agosto de 2025
Reportagens
25 de julho de 2025

Mudanças climáticas podem afetar calendário escolar no Brasil, aponta estudo

57,6% dos estudantes matriculados no ensino médio estudam em escolas com baixa ou mínima resiliência a enchentes e 33,8% em instituições não adaptadas para secas →

Por Elton Alisson
25 de julho de 2025
Notícias
16 de julho de 2025

Histórico de incêndios ameaça a biodiversidade até mesmo em florestas que não pegaram fogo

“Pirodiversidade” prejudica a função de refúgio das áreas não queimadas, resultando em menor riqueza de aves nos fragmentos intactos. O fogo deixa marcas duradouras também onde não tocou diretamente →

Por Agência Fapesp
16 de julho de 2025
Reportagens
13 de junho de 2025

Declínio de animais dispersores de sementes dificulta combate às mudanças climáticas

Equipe internacional de pesquisadores faz alerta global para necessidade de incluir frugívoros nas estratégias de conservação, recuperação florestal e mitigação das alterações do clima →

Por Maria Fernanda Ziegler
13 de junho de 2025
Notícias
21 de maio de 2025

Degradação da Amazônia cresce 163% em dois anos, enquanto desmatamento cai 54% no mesmo período

'Saldo negativo' da proteção do bioma registrado entre 2022 e 2024 pode comprometer metas internacionais do Brasil, alertam pesquisadores do Inpe e colaboradores na revista Global Change Biology →

Por Luciana Constantino
21 de maio de 2025
Reportagens
21 de março de 2025

Áreas marinhas de proteção integral do Brasil estão contaminadas por microplásticos

Pesquisadores usaram ostras e mexilhões para avaliar a ocorrência desses poluentes. Resultados indicam que mesmo os locais mais restritivos à presença humana apresentam contaminação relevante →

Por José Tadeu Arantes
21 de março de 2025
Reportagens
21 de fevereiro de 2025

Até 2100, mais de 80% das espécies de anfíbios do Pantanal e entorno perderão áreas adequadas

Estudo realizado por pesquisadores do Brasil e da Suíça prevê que, mesmo em cenário otimista de emissões de gases do efeito estufa, haverá perda em 99% da área da bacia do Alto Paraguai →

Por André Julião
21 de fevereiro de 2025
Reportagens
7 de fevereiro de 2025

Superexploração das águas subterrâneas está comprometendo a vazão dos rios no Brasil

Estudo constatou que mais da metade dos rios brasileiros pode sofrer redução no fluxo devido à transferência de água para os aquíferos →

Por José Tadeu Arantes
7 de fevereiro de 2025
Notícias
7 de janeiro de 2025

Anfíbios da Amazônia e da Mata Atlântica serão os mais prejudicados por combinação de seca e aquecimento

Estudo aponta que até 36% dos hábitats de sapos, rãs e pererecas do mundo podem estar ameaçados pela junção de temperaturas mais altas com redução da disponibilidade de água →

Por André Julião
7 de janeiro de 2025
Reportagens
11 de dezembro de 2024

Garimpos ilegais de ouro podem emitir 3,5 toneladas de carbono por hectare e concentrar mercúrio no solo

Pesquisadores da USP e colaboradores analisaram amostras de áreas de mineração em quatro biomas, incluindo Amazônia →

Por Luciana Constantino
11 de dezembro de 2024
Reportagens
4 de dezembro de 2024

‘Máquina de nuvens’: emissões da floresta amazônica e descargas elétricas produzem partículas de chuva

Estudo publicado na Nature demonstra mecanismo que faz isopreno – um gás liberado pela vegetação – gerar grandes quantidades de aerossóis, responsáveis por formar núcleos de condensação; processo pode ter influência no clima global →

Por Luciana Constantino
4 de dezembro de 2024
Reportagens
5 de novembro de 2024

Países emergentes podem contribuir com quase metade da meta de redução de CO2 no transporte global

Uso de biocombustíveis no Brasil e em outras nações em desenvolvimento pode evitar a emissão de quase 400 milhões de toneladas do gás de efeito estufa pelo setor até 2030, aponta relatório →

Por Elton Alisson
5 de novembro de 2024
Reportagens
2 de setembro de 2024

Brasil precisa fortalecer ações de proteção de florestas para cumprir metas internacionais, aponta estudo

Em artigo publicado em Perspectives in Ecology and Conservation, pesquisadores do Inpe e do Cemaden discutem desafios e soluções para a redução das emissões de CO2 do país →

Por Luciana Constantino
2 de setembro de 2024
Notícias
14 de junho de 2024

Introdução de peixe amazônico em reservatório paulista diminuiu diversidade de espécies nativas

Desde que foi registrada pela primeira vez na represa do Jaguari, em 2001, a corvina (Plagioscion squamosissimus) estabeleceu e aumentou sua população na bacia do Paraíba do Sul em detrimento da fauna local →

Por André Julião
14 de junho de 2024
Notícias
11 de junho de 2024

Grupo da Unesp investiga como cidadãos percebem a biodiversidade urbana

Moradores de Bauru e de Belo Horizonte foram desafiados a identificar a imagem e o canto das principais espécies de aves que habitam esses locais →

Por Agência Fapesp
11 de junho de 2024
Reportagens
4 de junho de 2024

Avanço de técnicas para identificar raias e tubarões não impediu comércio e aumento do risco de extinção

Análise de trabalhos publicados nos últimos 15 anos sobre métodos moleculares para determinação de espécies de elasmobrânquios revela que maior facilidade em detectar a venda ilegal não se refletiu em aumento da proteção →

Por André Julião
4 de junho de 2024
Reportagens
20 de maio de 2024

Estudo propõe mudanças para simplificar legislação da Mata Atlântica e aumentar a conservação

Ausência de método para classificar estágios da floresta em resolução vigente dá margem para supressão de áreas que prestam importantes serviços ecossistêmicos →

Por André Julião
20 de maio de 2024
Reportagens
10 de maio de 2024

Insegurança alimentar afeta moradores da região impactada pela hidrelétrica de Belo Monte

Estudo realizado em 500 domicílios do município de Altamira, no Pará, revela que 61% deles sofrem com o problema →

Por José Tadeu Arantes
10 de maio de 2024
Reportagens
2 de maio de 2024

Sem manejo adequado, Cerrado se descaracteriza e área fica menos resiliente às mudanças no clima

Estudo conduzido ao longo de 14 anos mostra que a transformação da vegetação típica da savana em ‘cerradão’ – uma formação florestal pobre em biodiversidade – ocorre de forma rápida; mata fica menos resistente a secas e queimadas →

Por José Tadeu Arantes
2 de maio de 2024
Notícias
11 de abril de 2024

Incêndios em áreas de floretas maduras cresceram 152% na Amazônia em 2023, aponta estudo

Análise de imagens de satélite mostram que o aumento vai na contramão das quedas do desmatamento. Ibama/Prevfogo diz que atua em conjunto com outras instituições em ações de prevenção e combate →

Por Luciana Constantino
11 de abril de 2024
Notícias
23 de fevereiro de 2024

Pouco mais de mil espécies representam metade das árvores tropicais do planeta, aponta estudo

Publicada na revista Nature, estimativa é de que 2,24% das espécies arbóreas da Amazônia, África e Sudeste Asiático correspondam a 50% dos 800 bilhões de árvores do bioma tropical →

Por André Julião
23 de fevereiro de 2024
Notícias
9 de fevereiro de 2024

Metal presente no glitter prejudica o crescimento de planta aquática, mostra estudo

Pesquisadores da UFSCar observaram que o revestimento metálico das partículas decorativas reduz a penetração de luz na água e, consequentemente, as taxas de fotossíntese da espécie Egeria densa. Fenômeno pode impactar organismos que compõem a base da cadeia alimentar, alertam os autores →

Por Julia Moióli
9 de fevereiro de 2024
Reportagens
11 de janeiro de 2024

Nova metodologia projeta crescimento de árvores nativas, elevando rentabilidade de restauração florestal

Pesquisa usou como base dados de 13 áreas de recuperação ecológica na Mata Atlântica e dez espécies de interesse da indústria madeireira; resultado é publicado em meio à Década da Restauração da ONU →

Por Luciana Constantino
11 de janeiro de 2024
Reportagens
15 de dezembro de 2023

Em 30 anos, besouros bioluminescentes tiveram redução de diversidade no Cerrado

Trabalho aponta para a diminuição da biodiversidade à medida que a fronteira agrícola se amplia no entorno do Parque Nacional das Emas, em Goiás, com diminuição e mesmo desaparecimento de espécies →

Por André Julião
15 de dezembro de 2023
Reportagens
16 de novembro de 2023

Estudo mapeia desafios e aponta diretrizes para a restauração do Cerrado

Pesquisadores da Unicamp e colaboradores analisaram dados de 82 áreas, distribuídas por cinco Estados e o Distrito Federal. Resultados indicam que, para recuperar a grande biodiversidade do bioma, é preciso combinar várias técnicas restaurativas, além de preservar o que ainda não foi destruído →

Por José Tadeu Arantes
16 de novembro de 2023
Reportagens
25 de outubro de 2023

Estudo traça perfil dos poluentes encontrados em uma das principais bacias hidrográficas de São Paulo

Pesquisadores da Unicamp analisaram amostras coletadas em 15 pontos da bacia composta pelos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Foram detectados 45 contaminantes – incluindo compostos ainda não regulados pela legislação – decorrentes de efluentes agrícola, industrial e doméstico →

Por José Tadeu Arantes
25 de outubro de 2023
Reportagens
16 de outubro de 2023

Método com coparticipação de moradores é eficaz em políticas de combate a riscos de desastres ambientais

Pesquisa mostra que a mobilização de cidadãos em áreas vulneráveis a enchentes e inundações melhora a obtenção de dados e aumenta a resiliência →

Por Luciana Constantino
16 de outubro de 2023
Reportagens
9 de outubro de 2023

Plantas do Cerrado combinam pelo menos duas estratégias para resistir ao fogo, revela estudo

Além de cascas espessas, capazes de proteger seus tecidos internos, desenvolvem também uma grande diversidade de órgãos subterrâneos que asseguram a rebrota de novos ramos, descrevem pesquisadores da Unesp na revista Flora →

Por José Tadeu Arantes
9 de outubro de 2023
Reportagens
17 de julho de 2023

Áreas de mineração legal no Brasil acumulam 2,55 gigatoneladas de CO2 em vegetação e solo, mostra estudo

Pesquisadores da Esalq-USP propõem o uso de Tecnossolo, produzido à base de rejeitos e resíduos das minas, como forma de mitigar parte das emissões →

Por Luciana Constantino
17 de julho de 2023
Reportagens
11 de julho de 2023

Até 2060, 40% da biodiversidade da Caatinga pode ser afetada pela mudança climática

O clima do futuro na região deve ser ainda mais quente e seco, tornando-se mais difícil e impactante para as árvores, que devem ser substituídas por vegetação de baixo porte, especialmente gramíneas →

Por Julia Moióli
11 de julho de 2023
Reportagens
28 de março de 2023

Banco de rodolitos é descoberto na Ilha das Couves, em Ubatuba

Grupo de pesquisadores confirmou a existência de um novo habitat no litoral paulista que ocupa cerca de 5 mil metros quadrados e abriga centenas de espécies marinhas →

Por André Julião
28 de março de 2023
Reportagens
7 de março de 2023

Adaptações ao ambiente podem explicar o padrão de distribuição das serpentes no Chaco

Estudo publicado na revista Ecology and Evolution mostra que a distribuição das espécies de serpentes está fortemente correlacionada com as adaptações que elas adquiriram ao longo da evolução →

Por André Julião
7 de março de 2023
Salada Verde
13 de fevereiro de 2023

Guia aponta caminhos para tornar as cidades mais sustentáveis

Fruto de pesquisa apoiada pela FAPESP, publicação foi lançada em dezembro, durante a última Conferência das Partes da Convenção da Diversidade Biológica →

Por Agência Fapesp
13 de fevereiro de 2023
Reportagens
3 de fevereiro de 2023

Mineração em terras indígenas da Amazônia aumentou 1.217% nos últimos 35 anos

Os dados são de um estudo feito por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Universidade do Sul do Alabama, dos Estados Unidos. Os resultados do trabalho foram publicados na revista Remote Sensing →

Por Elton Alisson
3 de fevereiro de 2023
Reportagens
27 de janeiro de 2023

Degradação provocada por humanos afeta 38% da Amazônia, aponta estudo

Além do aumento das taxas de desmatamento registrado na Amazônia desde 2018, a maior e mais biodiversa floresta tropical do mundo enfrenta outros processos de degradação provocados por humanos que ameaçam seu futuro →

Por Luciana Constantino
27 de janeiro de 2023
Reportagens
19 de outubro de 2022

Políticas de gestão de risco ainda são insuficientes para limitar impacto de efeitos climáticos extremos

Gestão de risco reduz os efeitos de inundações e secas, mas tem alcance limitado para minimizar impactos de ocorrências seguidas com magnitudes ainda maiores, diz pesquisa →

Por Luciana Constantino
19 de outubro de 2022
Reportagens
16 de agosto de 2022

Plantio indiscriminado de árvores descaracteriza savanas em vez de restaurá-las, alertam cientistas

Em edição especial da revista Science, pesquisadores argumentam que a recuperação de áreas degradadas de Savana requer soluções mais complexas, e que considerem as especificidades do bioma →

Por José Tadeu Arantes
16 de agosto de 2022
Reportagens
28 de junho de 2022

Passagem para animais sobre rodovia evita atropelamento de primata ameaçado de extinção, confirma estudo

Pesquisa implementou e monitorou dois tipos de passagens de fauna em município no interior de São Paulo onde havia episódios de atropelamento do mico-leão-preto →

Por Karina Ninni
28 de junho de 2022
Reportagens
7 de junho de 2022

Pequeno aumento de temperatura pode ser letal para anfíbio endêmico do Cerrado, aponta estudo

Girinos da espécie Bokermannohyla ibitiguara têm pouca capacidade de se adaptar a aumentos de temperatura, o que pode comprometer esses anfíbios num cenário de mudanças climáticas ou de desmatamento →

Por André Julião
7 de junho de 2022
Reportagens
20 de abril de 2022

Reduzir as emissões de gases de efeito estufa pelo uso da terra é essencial para atingir metas climáticas

Proteção e restauração de ecossistemas naturais podem contribuir não só para adaptação às mudanças do clima, como beneficiar a biodiversidade e aumentar a segurança alimentar e hídrica, avaliaram participantes de webinário promovido pela FAPESP →

Por Elton Alisson
20 de abril de 2022
Reportagens
15 de abril de 2022

Cientistas de 27 instituições defendem novo modelo para compartilhamento de dados de florestas

Em artigo publicado na Nature Ecology and Evolution, grupo alerta para a necessidade de reduzir desigualdades e melhorar condições de trabalho das pessoas que coletam informações em campo →

Por Luciana Constantino
15 de abril de 2022
Reportagens
6 de abril de 2022

Aumento do desmatamento em terras indígenas pode impedir o Brasil de cumprir metas climáticas

Alerta foi feito por pesquisadores em carta publicada na Science. Cientistas destacam a aceleração da derrubada da floresta amazônica em áreas que deveriam funcionar como “escudos” contra a devastação →

Por Luciana Constantino
6 de abril de 2022
Reportagens
14 de março de 2022

Animais essenciais para a dispersão de sementes na Mata Atlântica são os primeiros a sumir com o desmate

Estudo publicado na revista Biotropica analisa a interação de animais com plantas na dispersão de sementes em duas áreas florestais localizadas no Estado de São Paulo →

Por André Julião
14 de março de 2022
Reportagens
7 de março de 2022

Desmatamento começa a afetar a diversidade de peixes em riachos na Amazônia

Espécies mais sensíveis à mudança no hábitat estão aos poucos sendo substituídas por outras mais resistentes, indica estudo da Unesp. Fenômeno acarreta a perda das funções ecológicas desempenhadas pelos animais que desaparecem →

Por André Julião
7 de março de 2022
Reportagens
25 de fevereiro de 2022

Saúvas surgiram há 8,5 milhões de anos e podem ter se beneficiado da expansão do Cerrado, indica estudo

Explosão de novas espécies teria ocorrido entre um e três milhões de anos atrás, quando o bioma brasileiro se ampliava. O recente avanço da agropecuária na região, porém, parece estar reduzindo essa biodiversidade e selecionando espécies prejudiciais para a agricultura →

Por André Julião
25 de fevereiro de 2022
Reportagens
27 de janeiro de 2022

Biólogo usa imagens de satélite e inteligência artificial para mapear quaresmeiras na Mata Atlântica

A detecção é possível por meio da coloração das flores da quaresmeira, cujos tons variam do magenta ao roxo. Para isso, utilizou imagens de satélite de acesso gratuito e o chamado deep learning, um recurso de inteligência artificial →

Por Karina Ninni
27 de janeiro de 2022
Reportagens
21 de janeiro de 2022

Brasil registra recorde de extremos de chuva no início do verão

Entre 1º e 31 de dezembro de 2021, a equipe técnica do Cemaden emitiu 516 alertas de risco de desastres, como deslizamentos, inundações e enxurradas, para os 1.058 municípios monitorados →

Por Elton Alisson
21 de janeiro de 2022
Notícias
17 de janeiro de 2022

Livro celebra cem anos da descrição da jararaca-ilhoa com alerta sobre conservação da serpente endêmica

Escrita em linguagem acessível para o público em geral, a publicação celebra os cem anos da descrição da jararaca-ilhoa, feita por por Afrânio do Amaral (1894-1982), à época diretor do Instituto Butantan →

Por André Julião
17 de janeiro de 2022
Reportagens
19 de novembro de 2021

Nova Caledônia tem a maior diversidade de corais de águas profundas do mundo

Corais de profundidade normalmente vivem entre 200 e 1.500 metros e nem sempre formam recifes; livro de brasileiro e norte-americano registrou espécies vivendo a até 3 mil metros neste arquipélago da Oceania →

Por André Julião
19 de novembro de 2021
Reportagens
15 de novembro de 2021

Nova descrição aumenta de sete para 28 o número de espécies conhecidas de gênero de águas-vivas

Até recentemente, as águas-vivas do gênero Aurelia eram reconhecidas como pertencentes a sete espécies. Mas um estudo que reuniu pesquisadores de Brasil, Argentina e Estados Unidos elevou esse número →

Por André Julião
15 de novembro de 2021
Reportagens
21 de outubro de 2021

Estudo aponta diretrizes para barrar a degradação acelerada de campos e savanas

As chamadas grasslands estão ameaçadas em todo o planeta, alerta um grupo internacional de pesquisadores. Solução envolve restauração e busca de alternativas de exploração econômica sustentáveis →

Por José Tadeu Arantes
21 de outubro de 2021
Reportagens
14 de outubro de 2021

Estudo amplia de 39 para 74 os modos de reprodução conhecidos dos anfíbios e cria nova classificação

Estudo propõe um novo sistema de classificação dos modos reprodutivos para toda essa classe de animais composta por anfíbios anuros (sapos, rãs e pererecas), salamandras e cecílias (cobras-cegas) →

Por André Julião
14 de outubro de 2021
Reportagens
22 de setembro de 2021

Mudança climática deve alterar o funcionamento de comunidades de microrganismos marinhos, aponta estudo

Grupo de pesquisadores de várias partes do mundo concluiu que o plâncton do planeta se organiza em consórcios microbianos, em que uma espécie depende da outra para viver →

Por André Julião
22 de setembro de 2021
Reportagens
20 de setembro de 2021

Vegetação nativa exerce efeito protetor contra poluentes em remanescentes florestais

Estudo indica que a proporção de cobertura florestal em áreas do Corredor Ecológico Cantareira-Mantiqueira influencia as concentrações de metais tóxicos acumulados em abelhas jataí encontradas na área de proteção ambiental →

Por Elton Alisson
20 de setembro de 2021
Reportagens
16 de setembro de 2021

Fungo aquático que já extinguiu diversas espécies de anfíbios ameaça agora sapos terrestres, diz estudo

Pesquisadores constataram na Mata Atlântica mortandade sem precedentes de sapinhos que se desenvolvem longe da água com sinais de infecção pelo fungo quitrídio →

Por André Julião
16 de setembro de 2021
Reportagens
2 de setembro de 2021

Integrar cidadão a projeto científico garante qualidade no monitoramento da biodiversidade costeira

Estudo realizado em Santos por pesquisadores da Unifesp mostra resultados positivos ao unir sociedade civil e academia, indo ao encontro dos objetivos da Década do Oceano, da ONU →

Por Luciana Constantino
2 de setembro de 2021
Reportagens
20 de agosto de 2021

Chuvas que devastaram cidades mineiras em 2020 já são efeito das mudanças climáticas, diz estudo

Cientistas estimam que a industrialização e o aquecimento global aumentaram em 70% a probabilidade de ocorrer precipitação em volumes muito acima do esperado →

Por Luciana Constantino
20 de agosto de 2021
Reportagens
9 de agosto de 2021

Mudanças climáticas já afetam todas as regiões do planeta, afirma IPCC

Extremos climáticos se tornaram mais intensos e frequentes na maioria das áreas terrestres e devem se agravar nas próximas décadas →

Por Elton Alisson
9 de agosto de 2021
Reportagens
2 de agosto de 2021

Sem manejo adequado, incêndios em áreas naturais devem se intensificar nos próximos meses, alerta estudo

Para evitar tragédias como a que ocorreu no Pantanal em 2020, quando quase 30% do bioma foi queimado, pesquisadores alertam para a necessidade de um manejo adequado das áreas mais propícias ao fogo no país →

Por André Julião
2 de agosto de 2021
Reportagens
22 de julho de 2021

Soluções baseadas na natureza são essenciais para combater mudanças climáticas e a perda de biodiversidade

Pesquisadores analisam estratégias de conservação de ecossistemas e recuperação de áreas degradadas na segunda edição da série Conferências FAPESP 60 anos →

Por Elton Alisson
22 de julho de 2021
Reportagens
19 de julho de 2021

Secas na América do Sul podem aumentar até o fim do século, sugere estudo

Se as emissões de gases de efeito estufa continuarem no patamar atual, temperatura média tende a subir até 4 ºC em algumas regiões. Nesse cenário, os extremos climáticos se tornarão mais intensos e frequentes, indicam projeções feitas com os novos modelos climáticos do IPCC →

Por Elton Alisson
19 de julho de 2021
Reportagens
1 de julho de 2021

Ciclos eleitorais afetam o desmatamento na Mata Atlântica, revela estudo

A análise mostrou que, nos anos de eleição federal e estadual do período analisado, 3.652 hectares de Mata Atlântica, em média, foram desmatados a mais do que em anos sem pleito na região estudada →

Por Maria Fernanda Ziegler
1 de julho de 2021
Reportagens
6 de junho de 2021

Incêndio em área úmida da Amazônia provoca perda de 27% das árvores em até três anos, aponta estudo

Os pesquisadores analisaram áreas queimadas e não queimadas imediatamente após os incêndios que atingiram o norte da região entre os rios Purus e Madeira, na Amazônia Central →

Por Luciana Constantino
6 de junho de 2021
Reportagens
20 de maio de 2021

‘Ondas de calor estão se tornando mais letais’, alerta pesquisador

Devido ao aquecimento global, as ondas de calor recordes aumentaram cinco vezes nas últimas décadas e se tornaram um dos desastres naturais mais mortais, com letalidade comparável à de pandemias →

Por Elton Alisson
20 de maio de 2021

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((o))eco é um veículo de jornalismo sem fins lucrativos fundado em 2004 que se dedica a documentar os desafios, retrocessos e avanços dos temas relacionados à conservação da natureza, biodiversidade e política ambiental no Brasil. Queremos dar voz a bichos e plantas, através daqueles que se interessam em protegê-los. 

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Dona Inês

 

Passando pela Praia de Atafona, vemos uma casa com duas janelas, uma ao lado da outra. Embaixo delas, uma boca desenhada faz com que enxerguemos a fachada da moradia como um rosto simpático. Na pequena porta ao lado do “rosto”, encontramos Ines Vidipo encostada no muro apreciando a praia, enquanto um reggae toca na varanda da casa. Casa essa que é também um bar, o “Casa-bar erosão”, negócio administrado por Dona Ines desde 2020. Muito mais que apenas uma pintura, o “rosto” simpático na parede é um grande simbolismo, já que simpatia é o que não falta ali. “Aqui uma hora é um bar, outra hora é casa. Você chega, você fica à vontade, você faz seu churrasco e canta seu karaokê, do jeitinho que eu acho que tem que ser, que é também o modelo de Atafona. É um diferencial”, conta ela ao falar sobre seu bar.

Ines Vidipo “é uma apaixonada por Atafona”, como se define. Antes de se instalar de fato no distrito, era frequentadora da praia há mais de 10 anos e sempre ia com a família. Adorava ficar acampada em tudo quanto é lugar, só para poder aproveitar cada canto de Atafona. “Até em cima do bar de um amigo eu já acampei”, contou. Desde 2020, ela mora no distrito e não tem pretensão alguma de sair.

Além do bar, Ines trabalha na prefeitura de São João da Barra com crianças com deficiência. Mas todo tempo que tem, prefere estar no seu “Casa-bar”. Antes do Erosão, Ines tinha outro bar conhecido como Birosca, de onde teve que sair por causa do avanço do mar. 

Foi em uma segunda-feira de carnaval que ela começou a ver o mar chegando em seu antigo bar. “Eu estava fazendo uma caranguejada no dia, sentada em um banquinho e o pessoal comendo caranguejo na varanda, quando vimos que ia cair. O poste em frente inclinou e caiu. Quando ele caiu, balançou o da varanda. Foi aí que vi e pensei ‘é, agora vai cair tudo aqui’”, contou. 

Sem desistir, Ines recomeçou no Casa-Bar Erosão, onde permanece até hoje. Muitos dos utensílios que utiliza no bar são reciclados, vindos de lixos deixados na praia e doações. Orgulhosa, ela mostra o quadro com o nome do bar, desenhado e pintado por amigos, e a parede colorida da varanda, pintada e decorada por uma amiga próxima. 

Apesar dos esforços de Ines em manter o seu bar em pé e em boas condições, a erosão tem dado sinais. A parte de trás do local é mantida por algumas telhas que, de alguma forma, impedem a parede de cair. No entanto, na cozinha já existe uma rachadura que Ines vai tentar segurar colocando mais telhas. “Porque se cair aquele lado, cai a casa”, comentou, apreensiva. Ela conta que vêm acompanhando, aos poucos, pequenas rachaduras se formando na casa. “Existe uma umidade que vai penetrando por baixo, é erosão mesmo.”

Sua tarefa agora é “manter [a casa] até onde a natureza deixar”, em suas palavras. “É um pouco tenso, sabe? Só colocando muita música, cantando muito karaoke aqui para a gente não ficar muito apreensivo”, desabafou. 

Antes mesmo de toda a nossa conversa, Dona Ines fez questão de mostrar a música que idealizou, com a ajuda da Inteligência Artificial. 

“Um mar, a água quentinha, misturada com o rio, é uma delícia, não tem quem não goste daqui. Tem gente que não troca um mar desse aqui nem pelos grandes centros”, disse. 

 

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Dona Benilda

 

Benilda Nunes é conhecida em Atafona pelo seu quiosque localizado no Pontal do distrito, à beira do Rio Paraíba do Sul, onde antes ficava a foz do rio. Chamada de “Barraca da Benilda”, o estabelecimento recebe moradores, turistas e frequentadores de Atafona que buscam um lazer, comida boa e tranquilidade em frente ao rio. Com a barraca há sete anos, Dona Benilda não esconde o prazer que tem com seu ofício. “Eu gosto muito de trabalhar aqui. Cozinho, faço e vendo de tudo um pouco e me divirto também. Brinco, dou risada, cada hora chega um conhecido, a gente conversa e o dia passa”, disse. 

Benilda está em seu terceiro endereço. Na infância,              morava na Ilha do Pessanha, até que o mar passou a atingir parte do lugar e os moradores tiveram que sair. Segundo ela, havia em torno de 80 casas na ilha, que era pequena e tinha poucos estabelecimentos, como um colégio e um mercadinho. Foi então que ela, junto de sua família, mudou-se para a Ilha da Convivência, que hoje também deixou de existir, como ilha, devido à ação do mar. As cerca de 300 famílias do local, incluindo a de Benilda, também tiveram que sair porque o mar vinha chegando cada vez mais. Após isso, foi morar em Atafona, recebendo um auxílio financeiro da prefeitura por apenas três meses. 

Apesar da Ilha da Convivência ser hoje apenas um extenso areal conectado à Praia de Atafona, Dona Benilda se refere ao lugar como se ainda estivesse separado. “Aqui para mim é melhor ainda, eu venho para cá quase todos os dias. Eu gosto mais daqui do que de Atafona. Eu sempre falo: ‘Eu sou daqui, me criei aqui, eu sou da terra da convivência mesmo. Sou da ilha mesmo’” e continuou:  “Aqui era muito bom de viver, para tudo, eu pegava caranguejo, botava uma rede no rio, pegava um peixe, qualquer coisa que você quisesse comer tinha. Tinha gente que vinha dar aula aqui, a gente estudava também.”

Religiosa, a fé para ela é um combustível para viver e seguir trabalhando com o que gosta. “Tenho muita fé em Deus, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora da Penha. Eu tenho fé”, contou. 

 

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Marina Leite

 

Nascida em Campos dos Goytacazes, Marina Leite foi morar na cidade do Rio de Janeiro para estudar jornalismo na ESPM. Apesar da mudança de moradia, o que não mudou na realidade de Marina foi a ida para Atafona em todo verão.  “Venho passar todos os verões aqui desde que eu nasci e eu não troco nenhum lugar do mundo para passar meu janeiro”, contou.

Marina cresceu ouvindo as histórias dos avós e do pai sobre Atafona. A família costumava ir todos os verões para a casa da avó de Marina, construção destruída pelo mar no ano que a menina nasceu, em 2002. Foi então que a família comprou outra casa para passar os verões, a algumas ruas atrás de onde o mar está hoje. 

Apesar de não lembrar da primeira casa devido a sua idade, a jornalista diz que tem muitas memórias na moradia atual. “Todo mundo fala que aqui é um lugar que traz paz. Eu acho muito isso. Atafona é muito diferente de Campos e do Rio”, disse. “Mas eu acho que o que faz com que as pessoas gostem tanto daqui são as memórias que a gente cria no lugar.”

Em meio a tantas memórias, Marina optou por fazer um documentário sobre Atafona para o seu trabalho de conclusão de curso (TCC) da faculdade. Mas não um longa qualquer: a menina realizou seu trabalho a partir de um documentário que o próprio pai havia feito nos anos 90, junto com o padrinho dela. No longa, Marina mescla cenas atuais de Atafona com takes do filme do pai, além de entrevistas com moradores do distrito. Chamado de “Atafona: as histórias que o mar não leva”, o documentário busca falar do lugar para além da erosão costeira e do avanço do mar. Marina propõe, a partir de seu olhar como veranista do balneário, contar histórias e memórias que, segundo ela, fazem tantas pessoas permanecerem ou voltarem à Atafona.  

“Atafona é mais do que um lugar que está sendo engolido pelo mar. Por que esse lugar não pode desaparecer? Por causa da gente, das pessoas que frequentam, das pessoas que moram e que querem que esse lugar continue vivo”, completou, se referindo a um dos motivos pelos quais quis fazer o documentário. 

Apesar do avanço do mar está cada vez mais intenso, Marina não pensa em deixar de frequentar Atafona, muito pelo contrário. Segundo ela, pretende morar de vez no distrito quando estiver mais velha. “Eu converso muito isso com meus pais, eles têm essa vontade de quando ficarem mais velhos, virem morar nessa casa em Atafona. Eu também tenho essa vontade. É isso que Atafona traz, você não quer ir embora. Você quer ficar aqui, apesar do mar, você não quer sair”, contou. 

 

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Kauan Amaral

 

Amante da biologia, Kauan Amaral escolheu a área como profissão, fazendo a graduação na Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF). Por um acaso ou não, esse apreço pela natureza é refletido na preocupação que tem com a localidade onde nasceu, cresceu e vive até hoje. Com 19 anos, Kauan sempre morou em Atafona e gosta muito de viver ali. Ele conta que não quer ver o distrito ser destruído por inteiro e ficar apenas em sua imaginação. “É uma coisa que a gente tem que levar a sério, porque se a gente não fizer nada, nós vamos sumir. Vamos perder nossa história”, disse ao citar o relatório da ONU de 2024, o qual aponta que até 2050 o mar vai subir 21 cm em Atafona.

Toda essa preocupação fez com que o menino, junto com mais três amigas, fizessem um trabalho para a escola denunciando a erosão costeira e o avanço do mar no lugar. O projeto “SOS Atafona”, realizado em forma de esquete, recebeu o terceiro lugar em dezembro de 2024 do Festival Transformar Seeduc 2024, iniciativa da Secretaria de Estado de Educação. A premiação ocorreu no centro do Rio de Janeiro, no Teatro Riachuelo. Segundo Kauan, conseguir levar a questão de Atafona para outros lugares, principalmente metrópoles como a cidade carioca, é muito importante para que mais pessoas conheçam e se sensibilizem com a causa. “Quando você é do interior e você vai pro Rio, ninguém conhece a sua história. A gente daqui sabe o que acontece lá no rio, mas será que eles lá sabem o que acontece aqui? Então a gente levou essa pauta, levamos que Atafona precisa de ajuda, contamos nossa história”, disse. 

Para Kauan, a melhor parte de viver em Atafona é poder estar perto da natureza, das praias e do ar fresco. “Eu gosto muito de ir lá ver o mar, pra mim não tem coisa melhor. E o que eu amo fazer, acho que é minha coisa favorita, é ir ver o nascer do sol. E no final de semana, eu e meus amigos saímos, a gente gosta de ir à praia, jogar vôlei, futevôlei, e é sempre isso, não tem outra coisa para fazer aqui e mesmo assim a gente gosta muito de sair todo final de semana para isso”, lembrou. 

No entanto, Kauan fala do quão ruim é ir à praia e encontrar escombros pelo mar, principalmente os vergalhões ou tijolos. Ele teme que, daqui a um tempo, a praia de Atafona fique completamente imprópria para banho. “A frustração é que ninguém faz nada por isso e a gente tem que ir direto lá para Grussaí [distrito vizinho], tendo aqui uma praia vasta…”, disse, decepcionado. Por isso, para ele, é importante que todos preservem e façam algo pelo distrito, principalmente os jovens. 

“Nós, jovens, somos o futuro. Eu acho que se a gente mudar agora, num futuro próximo a gente consegue sim mudar alguma coisa. Também espero que não seja só por aqui, isso tem que ser uma coisa coletiva mundialmente, pq 1% do mundo fazendo uma coisa, é bom, mas não é suficiente. O coletivo é muito importante”, completou. 

 

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Patricia Abud

 

Antes do andor de Nossa Senhora da Penha chegar aos barcos para o início da procissão fluvial de Atafona, tradição da festa da padroeira, dezenas de fiéis a acompanham pelas ruas do distrito, enquanto rezam e cantam. Com uma blusa escrito “#atafonapedesocorro” nas costas, Patrícia Abud é uma das devotas que seguem Nossa Senhora até os barcos à espera da santa na beira do Rio Paraíba do Sul. Emocionada do início ao fim, Patrícia canta e agradece à padroeira da cidade que frequenta desde criança. 

Patrícia é uma das mais de 100 integrantes da associação SOS Atafona, que dialoga com o poder público, organiza manifestações e busca mostrar, para cada vez mais pessoas, o que acontece no distrito. “Cada oportunidade que eu tenho, eu peço: ‘vamos lá ouvir a gente o SOS Atafona, dar voz para gente’. Eu sei que isso causa impacto, a nossa camisa causa impacto, mas não adianta só causar, a gente precisa fazer disso uma voz, para que a gente consiga que nos escutem, que o poder público nos escute”, comentou.

Devota de Nossa Senhora da Penha, Patrícia diz que Nossa Senhora lhe dá força para seguir lutando por Atafona. “Eu acredito muito que tenho uma missão na vida, que é ajudar o outro, e o que eu estou vivendo é essa missão.” Mas essa força espiritual, Patrícia também recebeu quando descobriu um câncer de mama em 2021. Após alguns médicos dizerem que ela não tinha nenhum problema específico, Patrícia mesmo assim não se conformou e, em uma ida a outro profissional, teve o diagnóstico. Hoje, já operada do tumor, ela explica o quanto Nossa Senhora foi importante nesse processo. “Minha médica dizia que era coisa [o câncer] da minha cabeça, porque meus exames recentes não davam nada. E quando eu resolvi ouvir aquela vozinha na minha mente, eu fui procurar e tinha. Eu cheguei ali na igreja e falei: "Nossa Senhora, caminha comigo, eu vou vir aqui sempre na sua festa para agradecer que nunca soltou as minhas mãos", contou, emocionada. 

Histórias e memórias é o que não faltam quando as pessoas se referem à Atafona. E com Patrícia não é diferente: ela sonha que seus netos, no futuro, possam também criar muitas memórias no local. “Se eu puder fazer com que eles construam  amizades como as que nós temos aqui em Atafona, já valeu tudo. Atafona tem isso. A cada esquina é uma história”. Por isso, ela segue lutando, articulando e torcendo para que algo seja feito no lugar onde criou tantas lembranças e que sonha que seus filhos criem também. 

 

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Nenéu

 

Às 5 e meia da manhã, “Nenéu” aparece ao lado de sua fiel companheira de quatro patas, a Pretinha, para pescar na Praia de Atafona. Com as duas partes de uma prancha quebrada, amarradas uma em cima da outra, o pescador enfrenta as ondas da praia para tentar garantir o seu almoço ou alguma renda para si. Pretinha o observa da areia e espera pacientemente. Na volta, Nenéu retorna com o semblante triste, de quem não conseguiu pescar um mísero peixe. 

José Luiz Gonçalves Rosa, conhecido em Atafona como Nenéu, é morador do distrito há 49 anos. Antes de morar na localidade, o pescador residia com a sua família na Ilha da Convivência, onde nasceu em 1974. Com um ano de idade, teve de se mudar para Atafona devido ao avanço do mar na ilha, que fez ele, sua família e outras dezenas de moradores saírem de suas casas. 

Em cima das ruínas de sua penúltima casa, que foi derrubada pela defesa civil devido ao risco do avanço do mar, Nenéu aponta para o oceano e diz: “minhas outras casas estão para lá”. Já foram quatro moradias perdidas para o mar. Na última, Nenéu viveu por 15 anos. Emocionado, ele conta que precisa ficar perto do mar, mas não consegue pagar o aluguel de uma casa pela orla. Atualmente, mora em uma antiga kitnet de seu pai em Atafona. 

Nenéu então mostra seu barco, instalado em frente às ruínas de sua casa. Comprado em 2020, o pescador investiu o dinheiro que ganhava com a pesca e a confecção de redes e pagou o barco por R$10 mil. No entanto, naquele mesmo ano, a embarcação quebrou enquanto ele pescava em alto mar. Hoje, não tem mais condições para bancar o conserto do barco. Nenéu se emociona ao olhar para a embarcação ali parada, com o sonho de um dia conseguir voltar a pescar com ela. 

 

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Dona Sônia

 

O vento nordeste sopra forte e é possível ver voando as areias das dunas que ocupam o lugar onde era o quintal de Sônia Ferreira, moradora de Atafona há 27 anos. Ela entra no que resta da área pelas dunas, porque o portão da frente da casa já foi tomado. Enquanto caminha por ali, seu rosto demonstra uma espécie de luto e, ao mesmo tempo, decepção por tudo que vem acontecendo. Uma estátua de Nossa Senhora da Penha, que antes ficava ao lado de algumas plantas no quintal, hoje mora com Dona Sônia na casa da filha, há algumas ruas atrás de onde o mar está. 

Nascida em Campos dos Goytacazes, Soninha – como é conhecida no distrito – cresceu aproveitando as férias em Atafona e sempre teve no lugar um refúgio de paz e memórias boas. Em 1978, ela e o marido decidiram construir uma casa de veraneio, onde recebiam toda a família. 

Em 2019, o primeiro pedaço da casa de Dona Sônia caiu. Vendo o mar avançar, em 2022 ela decidiu demolir sua casa, antes que a perdesse de vez e inesperadamente. Depois da demolição, Sônia se mudou para a casinha na parte de trás do terreno, onde ficava o caseiro. Até que o mar passou a ameaçar o espaço também e, em outubro de 2023, ela foi morar com a filha, ainda em Atafona. 

Quase dois anos depois, as ruínas da casa passaram a ser cada vez mais invadidas por areias, formando dunas no entorno e dentro do que antes era o quintal da casa de Sônia. Algumas de suas coisas ainda estavam na pequena casa de trás, onde viveu até 2023. Para quem vê de fora, pode até ser apenas uma ruína de uma casa. Mas, para ela, continua sendo o lar onde criou seus filhos, reuniu sua família e viveu uma vida. 

Soninha conta que, além do mar, a areia também chega com muita força e vai destruindo as coisas. “A areia entra de uma forma muito agressiva, muito forte. Esse vento nordeste que é tão gostoso aqui em Atafona, está muito forte e vem trazendo essa areia. E não tem mais jeito, caiu outro pedaço do muro de anteontem para cá e aí vai. É mais um pedaço, outro pedaço e vai acabando. ” Precisou, então, retirar o quanto antes as suas coisas da casa, principalmente álbuns de fotos e outros objetos de grande valor sentimental.

Mas não foi só pela areia e o mar que a casa de Dona Sônia foi invadida. Com a casinha de trás ainda em pé, e diversos pertences dela ali, a casa passou a ser usada por moradores de rua e usuários de drogas, além de outras pessoas que entraram e roubaram o que ainda restava de móveis e objetos de Sônia. “Eu tinha ali no escritório muitos álbuns, muitas fotos, muitos porta-retratos, muitas coisas. E essas coisas foram jogadas no chão, foram espalhadas, foram pisadas, porta-retratos foram quebrados”, contou. 

Em abril de 2025, ela decidiu então, demolir também a casinha de trás e tentar, aos poucos, “virar a página”. Segundo ela, é a fé que a mantém forte para seguir com a vida e continuar lutando pelo distrito.

“Deus e Nossa Senhora precisam e dão muita força para a gente, porque senão a gente não aguenta tanta destruição dos nossos sonhos, dos nossos encontros, da nossa família, dos nossos momentos de alegria. Então eu continuo com as minhas orações para agradecer que estou virando essa página.”, disse. 

 

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Leandro Soares

 

Deivid Soares nutre um amor pelo mar desde criança e sempre sonhou em ser pescador. Após pressões da mãe, entrou na escola com 8 anos de idade. No primeiro mês de aula, levou falta todos os dias, mesmo sem deixar de ir um dia sequer. Sem entender, perguntou à professora o motivo de seus registros de falta. Foi então que descobriu que seu nome era Deivid, e não Leandro, como sempre foi chamado pela família e por amigos. Em Atafona, é conhecido por todos como o “pescador Leandro que ficou à deriva no mar”. 

Era 25 de dezembro de 2024, Leandro sabia que não haveria ninguém pescando na data, mas a vontade de estar no mar era maior. Foi então que, enquanto pescava, caiu no meio da Bacia de Campos. “Eu tentei voltar para o barco, mas ele estava ancorado e tinha um turbilhão de água muito, mas muito forte.” Nadou, nadou e nadou até sua exaustão física, mas não conseguiu chegar ao barco.

Religioso e de muita fé, Leandro conta que a todo momento falava com Deus. “Eu falei assim: ‘Ai, meu Deus, eu não sei aonde que eu vou parar, mas eu entrego minha vida ao Senhor’. Com grande conhecimento do mar, ele sabia que não podia se machucar, se não atrairia os cações, e que se nadasse à favor das águas, chegaria num cinturão de boias da Marinha. Dando o seu máximo para chegar até lá, as águas mudaram o curso. 

“Aí veio a experiência de pescador. Eu comecei nadando totalmente para terra, poente. Comecei andando de lado. Nadando para terra, a corrente já era tão grande que me empurrava de lado. Aí eu cheguei perto da boia e subi”, contou. 

Já de noite, com muito frio, Leandro sentia as mucosas do nariz queimando, de tanta água salgada que havia entrado. Usava o atrito das mãos para se esquentar. “Eu fiz isso mais algumas vezes na madrugada. Cheguei a pensar que eu ia morrer mesmo de frio. Nem na água eu fiquei tão preocupado. Agora lá eu pensei que ia morrer.”

No dia seguinte, Leandro viu um barco de pesca. Fazia sinal, mas ninguém o via. Depois, mais duas embarcações, e nada. “Chegou uma hora que eu duvidei da minha vida. Eu falei: ‘Será que eu tô vivo mesmo? Será que eu tô vendo eles e eles não tão me vendo’?”. Em Atafona, a esposa de Leandro começou a ficar preocupada pelo não retorno do marido, apesar de saber o quanto ele gostava de ficar no mar. Chamou então uma amiga que trabalhava numa rádio de comunicação para procurar por Leandro. 

Duas embarcações foram à procura do pescador. Chegaram ao seu barco, mas não viram nada ali. Leandro estava mais à frente, nas boias. “Pegaram o barco, começaram a rebocar para a terra. E o outro barco veio a favor das águas me procurando. Eu vi ele primeiro do que ele me viu. E gritava: ‘Meu Deus, segue as águas, segue as águas e vai me achar’.  Foi então que encontraram o pescador e seguiram para Atafona, onde Leandro foi recebido com muita comemoração.

“Hoje eu venho na igreja e falo: ‘Não tenho nada a pedir, eu só tenho agradecer’”, contou. Sua fé, que já era grande, agora se multiplicou. Leandro faz questão de estar presente em todas as missas. Ele conta que, em geral, os pescadores utilizam-se muito da fé para enfrentar o mar, principalmente com o avanço cada vez maior e o rio perdendo sua força a cada ano. 

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Aluysio Barbosa

 

“Foi uma cena impressionante, parecia um outro World Trade Center.” Foi assim que Aluysio Barbosa se referiu à queda do “Prédio do Julinho”, único edifício que existia em Atafona, em 2008. Ele caminhava com o filho e um amigo pela praia, quando se deparou com o ângulo em que o prédio estava: “era um ângulo maior que a Torre de Pisa”. Foi ali que Aluysio teve a certeza que o prédio iria cair. Ao se afastarem um pouco do local, o edifício inclinado foi puxado por um vergalhão e, conta Aluysio, “ele caiu sobre si mesmo, parece que foi perfeito”. Após a queda, uma nuvem de fumaça e poeira se formou na região. Aluysio segurou nas mãos das crianças e disse  “essa poeira vai baixar, não se assustem com o vento e não desgrudem de mim”. No entorno, várias pessoas assistiam a cena e gritavam. “É como se a destruição também tivesse virado um espetáculo em Atafona”, disse ele. 

Aluysio Barbosa é jornalista, poeta e amante de Atafona. Nascido em Niterói (RJ), em meados dos anos 70 seus pais se mudaram para Campos dos Goytacazes, quando ele tinha apenas 1 ano. Foi então que todos os verões passaram a ser em Atafona. Até que, não querendo mais ser apenas um veranista, Aluysio decidiu mudar-se para o distrito em 1994 e permaneceu até 2005. Hoje mora em Campos dos Goytacazes, mas continua retornando aos finais de semana e nos verões para o distrito. 

A admiração por Atafona é transbordada para os versos de seus poemas, muitos voltados para a vida no distrito.  “Atafona é minha grande musa inspiradora”, disse. Aluysio lembra com orgulho de um episódio em que  passava pela praia e viu um antigo pescador, que acabara de pegar um robalo. Quando passou por ele, o pescador disse “Aluysio, o poeta de Atafona”. “Esse foi o maior elogio que alguém me fez na vida. Para mim é um título nobiliárquico.”

Dentre diversos poemas, histórias e matérias redigidas, Aluysio lamenta o fato de o avanço do mar está destruindo, aos poucos, um lugar com tamanho apreço dos moradores e frequentadores. “De um ano para o outro você tem mudanças drásticas na geografia física de Atafona. Isso são casos levados, são memórias, são histórias. Aqui não tem esquinas que não tenha uma história, um papo cabeça que você levou, um namoro, um desentendimento”. E completa: “E fisicamente, essas memórias hoje estão submersas pelo mar.”

Jornalista há 30 anos do Grupo Folha, um dos principais veículos de Campos dos Goytacazes, Aluysio também acompanhou o avanço do mar pelas matérias que redigiu ao longo do tempo. Segundo ele, há uma noção de que todo esse processo de destruição em Atafona vem sendo cada vez mais banalizado. “Tanto o poder público municipal, quanto o poder público estadual, quanto união, executivo nas suas três instâncias… Não faltou representante também, parlamentar. Mas nada se reverte em concreto.”

“As pessoas já aceitam como uma coisa inexorável. É só um novo capítulo de uma velha história. Um novo capítulo de uma história muito antiga que se repete sempre”, completou. 

 

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Camila Ricardinho

 

“Enquanto existir Atafona, eu estou feliz”, disse Camila Hissa, gerente do Restaurante Ricardinho, um dos mais conhecidos estabelecimentos de Atafona. Moradora do distrito desde que nasceu, Camila deseja permanecer ali até quando não puder mais. Durante sua vida, viu os pais mudarem o restaurante de endereço algumas vezes. Hoje, na administração do atual negócio, Camila reflete sobre as soluções que podem haver para Atafona e torce para que algo seja feito. 

Com um filho de 7 anos, Camila pretende continuar o criando em Atafona, para que ele possa também ter boas memórias ao lado da família. Segundo ela, o local tem tudo o que valoriza: ar fresco, paz, amigos, família e sem qualquer discriminação.

“Atafona sempre foi essa coisa meio homogênea, de que todo mundo se mistura e todo mundo é igual. Você vê as vezes o pescador com o desembargador, um médico conversando com pescador e todo mundo é amigo… É um lugar onde as pessoas vem e se sentem à vontade para ser elas mesmas”, contou. 

O Restaurante Ricardinho foi inaugurado em 1978 pelos pais de Camila. Localizado no antigo pontal de Atafona, o mar passou a avançar no lugar onde ficava o restaurante e, então, precisaram encontrar outro lugar. No segundo endereço, o negócio não durou uma semana, o mar chegou rápido. Mudaram-se então mais duas vezes e hoje, no quinto endereço, o restaurante já permanece há cerca de 28 anos. “No quarto [endereço], a minha mãe não esperou o mar chegar. Quando ele estava na porta, ela já se mudou e veio para cá. Diferente dos outros locais, que têm histórias de panela sendo carregada, fogão, geladeira, tudo boiando…”, lembrou Camila.

Apesar de não ter vivido todas as mudanças de seus pais, a gerente cresceu ouvindo as histórias e hoje tem noção do quão doloroso é perder um local para o mar, seja uma casa, seja um restaurante. Para ela, toda essa perda não é culpa dos moradores de atafona, e sim resultado de algo muito maior. 

“A conversa não é só qual é a solução, porque a solução passa por tudo isso: passa por você mudar o que está sendo feito, repreender quem está fazendo coisa errada… E a gente também tem que cuidar do rio, não é pensar que só o mar está avançando. A gente tem que entender que o rio também está fraco,  também está assoreado, então o que a gente precisa fazer? Essa é a pergunta”, disse.

Segundo ela, a sua geração tem mais consciência do que vem acontecendo, diferente da geração de seus pais que mal sabiam do que se tratava e como acontecia. “O que estamos fazendo de verdade para mudar isso? O que to fazendo de diferente? Como posso contribuir? Fico tentando buscar respostas e cada vez mais conhecimento”, completou. 

 

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