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Governo usará satélites de precisão no cadastro ambiental

Ministério do Meio Ambiente compra pacote de imagens que cobre quase todo território nacional com  alta resolução de até 5 metros.

Daniele Bragança ·
12 de novembro de 2012 · 13 anos atrás
Imagem do sistema de satélites rapideye. Através delas o governo poderá enxergar detalhes de propriedades rurais com precisão de até 5 metros. Foto: Santiago & Cintra Consultoria
Imagem do sistema de satélites rapideye. Através delas o governo poderá enxergar detalhes de propriedades rurais com precisão de até 5 metros. Foto: Santiago & Cintra Consultoria

O Ministério do Meio Ambiente oficializou na última sexta-feira (09) a aquisição de imagens de satélite em alta resolução que serão utilizadas como base de informação para o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Mais de 5 milhões de imóveis rurais serão cadastrados através desse banco de imagens, cujo custo foi de 28,9 milhões de reais.

O georreferenciamento é uma exigência do novo Código Florestal e serve como base para a elaboração do Cadastro Ambiental Rural (CAR). Pela nova lei, todos os produtores terão que aderir ao CAR e a nova ferramenta fará parte desse processo.
 
“Com esse sistema de imagens, o Cadastro Ambiental Rural (CAR) ganha força”, disse   a ministra Izabella Teixeira. ““O governo está fazendo uma opção pelo caminho tecnológico ao adquirir uma ferramenta que nenhum órgão brasileiro possui, capaz de identificar toda a área de cobertura e vegetação do país em uma distância de cinco metros”.

A empresa paulista Santiago e Cintra Consultoria, responsável pelo uso do satélite, terá um prazo de 10 dias para apresentar 60% das imagens contratadas. O restante do material será entregue no final do ano. Todas as imagens correspondem ao ano de 2011 e cobrem 8,4 milhões de km², o equivalente à cobertura de praticamente todo o território brasileiro.
 
A aproximação de até 5 metros possibilita a identificação georreferenciada dos imóveis rurais, áreas de preservação permanente, reserva legal, remanescentes florestais e nascentes de rios. Também será possível identificar e quantificar áreas de desmatamento da vegetação nativa para aplicação no Programa de Monitoramento do Desmatamento dos Biomas Brasileiros por Satélite e obter índices de vegetação e identificação das diferentes espécies vegetais para quantificação das emissões de carbono por antropização (interferência do homem) da cobertura vegetal.

“Começaremos 2013 com 100% do retrato da cobertura de área brasileira”, disse Francisco Gaetani, secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente. Além do MMA, os estados e autarquias, como o Ibama e a agência Nacional das Água e as secretarias estaduais e municipais de meio ambiente também poderão utilizar as imagens.

*Com informações da Ascom/MMA
 
  • Daniele Bragança

    Repórter e editora do site ((o))eco, especializada na cobertura de legislação e política ambiental.

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