Entre 1970 e 1992, a população de rinocerontes-negros foi aniquilada pela caça ilegal, segundo o WWF. Hoje, restam apenas 4% daquele total ou cerca de 5 mil animais. E o problema continua. Em apenas 2010 foram mortos outros 300 animais. O risco de extinção da espécie levou cientistas a criar um plano para sequenciar o seu genoma. Conhecer o código genético abre possibilidades como trazer de volta subespécies já extintas – o que aconteceu com 3 das 8 conhecidas. Mas a possibilidade mais polêmica é produzir chifres artificiais, que poderiam ser usados para inundar o mercado ilegal desse produto e, assim, diminuir o interesse dos caçadores no rino-preto (Diceros bicornis).
As informações são de uma reportagem do jornal Washington Post sobre o chamado “Projeto Genoma do Rino-negro”, coordenado por Chuck Murry, bio-engenheiro e professor da Universidade de Washington. É ele também que defende a ideia de produzir os chifres sintéticos, que, segundo diz, são indistinguíveis dos verdadeiros. Eles seriam sorrateiramente introduzidos no mercado negro com a esperança de enganar os compradores e salvar rinocerontes do abate.
Em partes da Ásia, o chifre do rinoceronte é considerado um remédio, apesar desta crença não ter qualquer fundamento.
Os custos para começar o projeto de sequenciamento do genoma do rino-negro são de 16.500 dólares e foram mais que cobertos através de uma campanha de crowdfunding. A estrela do show é Ntombi, uma rinoceronte fêmea. Será dela o genoma decifrado.
As críticas ao plano do chifre falso são fortes. Conservacionistas argumentam que isso prejudicaria anos de tentativas para reduzir a demanda por chifres de rinoceronte. Os defensores admitem que os críticos podem estar certos, mas dizem que é a estratégia merece uma chance.
Assista ao vídeo do Projeto Genoma Rino-negro
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